NOVA EVOCAÇÃO DE RUBEN A.
No ano passado assinalámos o início das evocações do centenário de Ruben Andersen Leitão – Ruben A., nascido em 1920 e falecido em 1975. E no artigo à época aqui publicado, assinalámos especificamente a intenção de voltar ao tema.
Deve-se então efetivamente referir que o teatro de Ruben A. amplamente justifica este retorno, que não quis efetuar mais cedo, exatamente porque desta forma mais se justificará esta nova evocação, tendo em vista o interesse que o teatro de Ruben A. amplamente justifica…
E não será por acaso que novamente citamos agora o comentário de David Mourão Ferreira que encerra esse artigo anterior: pois aí se refere designadamente a “desenvoltura narrativa”, assim mesmo, de Ruben A., e a adaptabilidade que aplicou às peças de teatro que compõem a sua criatividade literária.
Sendo aliás de assinalar a vastidão e constância desta dramaturgia. Pois será de recordar então o conjunto das suas peças: “O Fim de Orestes”, “Júlia”, Triálogo”, ou “Relato 1453”, esta aliás gravada diretamente em fita magnética em 1965.
E retomamos um conjunto de citações que fizemos, algumas delas, no artigo anterior.
Assim, recorda-se que Luís Francisco Rebello no estudo intitulado “100 Anos do Teatro Português” cita textos de Ruben Leitão: “O Fim de Orestes”, Júlia”, “Triálogo”, “Relato 1453” entre outras mais. E acrescenta que se nota uma influência da dramaturgia britânica. E mais: durante a sua atividade docente, Ruben levou à cena peças portuguesas, que envolvem uma larga abrangência histórica, a partir de autos vicentinos.
E é de assinalar a encenação de textos que marcaram a história do teatro português, cobrindo a expressão histórica em si mesma, mas não hesitando em marcar uma expressão de modernidade adaptável e adequável. Cita designadamente a “Júlia”, apresentando-a como expressão a adaptabilidade à exigência teatral em si mesma considerada.
E farei aqui referência a peças escritas e publicadas na época, frisando a relevância que o teatro em si mesmo, como expressão de criatividade, alcançou e destacou-se na obra de Ruben A.
E citamos agora Luciano Reis, que refere com especial relevo peças como “O Fim de Orestes”, “Júlia”, “Triálogo” ou “Relatos 1453”, para não ir mais longe nas citações. Sendo certo que algumas destas peças não eram na época conhecidas.
E seja permitido transcrever agora parte do artigo que aqui publicámos. Aí se diz que Ruben Andresen Leitão deve ser abordado como escritor, como professor e como investigador da história e da literatura portuguesa, e aí acrescentando referências e evocações da atividade como docente e como representante da cultura portuguesa, no King’s College de Londres. Luís Francisco Rebello recorda aliás que no desempenho dessas funções docentes, Ruben levou à cena textos relevantes da literatura dramática portuguesa, de Gil Vicente a Miguel Torga.
E acrescentamos ainda uma auto-citação:
A qualidade literária de Ruben A. é reconhecida e assumida pelos autores mais diversos. A sua integração é reconhecida e consagrada por escritores de qualidade e prestígio hoje indiscutível.
E que desde sempre marcaram a perspetiva da modernidade deste grande autor.
DUARTE IVO CRUZ