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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICA DA CULTURA

UMA NOVA ERA
A DE UMA EDUCAÇÃO PARA A PAZ

  


Tornar-se especialista em resolver os conflitos humanos pelo diálogo, eis um trabalho hercúleo, um trabalho de maturidade que pensa a vida.

Escutar o que o outro tem para dizer, ampliar as visões, destruir o cimento dos preconceitos, será um adejo com o qual até os minutos se extasiam.

Aprender a trabalharmos juntos na resolução dos problemas, é um outro tipo de discussão, em que ambos os lados explicam as razões do que precisam ou querem, e logo o novo quotidiano se torna resistente à entrada de um mundo, onde a atração bélica dos sentires, aos poucos deixará de colher.

Estarmos atentos aos que perversamente nos treinam para que façamos o mal por eles, é saber interpretar a amálgama de verdades e mentiras, propositadamente adubadas para nos confundir.

As crianças precisam de bons exemplos; adolescentes e adultos carecem de ter orgulho nos espelhos em que se veem.

Estamos sempre a formar cidadãos que têm desejos e necessidades no seu desenvolvimento pessoal, e afinal a paz que reside no interior de cada um, pode dirimir conflitos tanto nas famílias como nas escolas ou no falar entre países.

Temos tolerado uma vida de bulliyng, em agressões ao convívio social, como se em todos os lugares fosse cátedra assumida a própria desvairada competitividade, estertor de impeditivas transparências.

Até no beijo entre namorados, existe uma falta de alerta ao acolhimento que a palavra do diálogo tem em si, tem, sobretudo quando há amor.

É certo que nem todas as realidades se ultrapassam pelo diálogo; é certo que todos sabemos as lacunas da teoria da ação comunicativa de Habermas; é certo que uma comunidade egocêntrica não leva em consideração o que ocorre fora dela e não tem, de todo, a consciência coletiva dos seus membros.

Mas é mais certo ainda que a maioria é refém do ponto de equilíbrio entre o pensamento, a palavra e a ação, todas grande princípio da construção da paz.

Os princípios morais também se subsumiram à vaidade, qual outro armamento que enche o peito de ar e se apresenta suave como o peito das rolas nas instituições do mando.

Na verdade, as gentes que assimilam o mundo com uma dose muito justificável de violência, isentam da responsabilidade quem nela assim assenta praça.

Essas são as mesmas pessoas que um dia gritam de injustiça por se encontrarem sem mãos, desconhecendo que os cotos, podem ser ouvidos firmes, enfim, especialistas mesmo, em resolver os conflitos humanos pela atenção do que escutam, e pelo alucinante verde no qual acreditamos apenas por nos cuidarmos uns aos outros como humanos.

A nova era que poderá não desprezar o diálogo com a Natureza, tem condições de deixar o ambiente à beira do caminho por uma tranquila vida quotidiana.

Aceite-se o largo atalho que nos é proposto. Tentemos corrigir o improvável dos animais acossados que somos.

Vultos é o que nós não queremos ser.

Estejamos seguros de que a paz de cada um não depende de um ato mágico.

                                  

 Teresa Bracinha Vieira