CRÓNICA DA CULTURA
PERGUNTA
A invenção da imprensa possibilitou, nomeadamente, a circulação de ideias em linguagem que grandes grupos de pessoas entendiam, causando também fraturas que gerariam novas formas de pensar, a vários níveis, tal como política e socialmente, por se fazerem interagir umas às outras.
Bem mais depressa do que alguma vez imaginado, surge a ajuda de máquinas, numa revolução silenciosa, e as novas ideias passam a ser divulgadas sem que as então autoridades do mundo - fossem governos ou igrejas - pudessem vir a controlar.
Eis uma corpulenta start-up.
De notar, que, às proliferações das novas tecnologias, lhes foi permitido o não banir de ideias consideradas adversas e que circulam em plena auto permissão dos recentes conquistadores das noviças sociedades instaladas.
A diversidade e a fragmentação, igualmente, veem chegar uma nova era que consegue mesmo amputar profundas liberdades - enquanto conhecimento histórico - criando múltiplos espaços de existência residual ou paralela da mesma.
Outros deuses e outras histórias desenvolvem a nova complexidade social, quando ler um jornal já passou a corresponder - na pressa dos mundos de hoje - a culturas alicerçadas em civilizações propositadamente desguarnecidas e que se encontram bem distantes das que reagem, delegando nas máquinas, o fim e os preliminares das opções.
Na verdade, os motores de busca agregam informação, qual catálogo de comportamento humano pré-definido, incorporando esta realidade, a alteração da identidade humana e da sua experiência.
Cabe, então, perguntar: em que valores se desenvolve uma criança e o que significará para ela o interpretar da prodigiosa invenção da imprensa, daquela que ainda transmitia empatia e curiosidade?
Teresa Bracinha Vieira