CRÓNICA DA CULTURA
VINTE POEMAS (I)
I
Os caminhantes lúcidos
Não são refugiados de nada
Antes
Intimidade de mundo
Em derradeiro esforço
II
E os povos também são poeira
Desfalecimento
Finitude
Coragem
Quando se entregam
À cor das arvores
III
As crianças
Que nascem nas orlas das guerras
No exato instante
Em que são paridas
O xaile do precipício
Enrola-as
IV
Mas a paz
Ah a paz
Soçobra
Dentro da canoa
Que no pântano
Não navega
V
Não, não digo adeus
Nunca direi adeus
Conheço bem as lágrimas do ranho
Para que possa dizer adeus
No horizonte
Estará sempre
O chão e o sol
Teresa Bracinha Vieira