CRÓNICA DA CULTURA
VINTE POEMAS (II)
VI
Que os livros se encontrem
Todos abertos
Pois mesmo que as sirenes alertem
Neles
Braços e beijos
Mais é
Que expõem o transforme das palavras
Entendimentos
Mãos
A voltarem da escola
VII
E quanta vitalidade
Teremos depois da nossa morte
Nós
Mártires
Não submissos
VIII
Quero tanto as trepadeiras do tempo
Enquanto sob alpendres
Todos juntos
A mesa
IX
Estou ao alcance das armas
Nelas me olho e não me procuro
Pouco falta
Para o desconhecido
Em que eu perco
X
Conheço um pomo
Que segura um piar de vida
Enquanto a guerra
Faz mira
Ao que não posso
Nos olhos
Uma medula de paz
Pica o lixo ao lado das galinhas
E ordena-se segundo
A Criação
Teresa Bracinha Vieira