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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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CRÓNICA DA CULTURA

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DIÉBÉDO FRANCIS KÉRÉ: UM MESTRE VIVO DA ARQUITETURA MUNDIAL

 

Francis Kéré habita entre os tempos projetando futuros, muito mais do que obras.
 
Nem a poesia nem a arquitetura sabem onde está o limite, mas ambas sabem que não está nos olhos que secam nem nas sensações: ambas são um serviço à humanidade sim, um serviço de essências únicas de lugares e épocas e chamamentos. 

 

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A abordagem sensível e respeitosa das realidades na Arquitetura é também a da descoberta de um material com capacidade para reter o ar mais frio no interior de uma casa, enquanto permite que o calor se escape através do telhado, e assim as vidas se vivem no melhor acordo de acolhimento com o que as rodeia, produzindo-se ventilação sem ar condicionado.
 
Assim a escola em Africa do burquinês Francis Kéré.
 
Da limitação de recursos também se faz a Arquitetura e se pode construir nos locais mais pobres do mundo. 
 
Uma das grandes argilas é saber ser Arquiteto e servo, melhorando as vidas e as experiências das pessoas em diferentes contextos.
 
Diz Francis Kéré 
“Não é porque se é rico que se pode desperdiçar materiais, e não é porque se é pobre que não pode procurar qualidade. Estamos todos conectados.”
 
Kéré ambiciona a chave de um outro paradigma e tal como o Poeta segue num afastamento o que mais procura, ele sabe que assim e por ali, o início da obra de arte irá nascer do barro fresco que se oferece à sede.
 
“Ele sabe, por dentro, que a arquitetura não é sobre o objeto, mas sobre o objetivo. Não sobre o produto, mas sobre o processo”. 
 
Estas as palavras da comissão do Pritzker recebido este ano por Diébédé Francis Kéré.

 

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“Estamos, definitivamente, interligados. As preocupações com o clima, a democracia e a escassez devem ser preocupações globais e comuns a todos nós”, diz Kéré.
 
Uma honra voltar a lembrar aqui este Arquiteto que tão profundamente sabe ver, e deste ver, obter o serviço do prestar o bem-estar através da arte.
 
                                                                                                              Teresa Bracinha Vieira