CRÓNICAS PLURICULTURAIS
121. TRABALHAR A FELICIDADE
Para Aristóteles o homem é um ser social, sendo a procura da felicidade a finalidade da vida, só no fim se podendo dizer se fomos felizes.
Há quem diga que a felicidade está nas pequenas coisas, num cheiro apelativo e sedutor matinal, em estados de alma.
E quem sustente que é uma atividade, não um estado.
Se para uns o trabalho é escravatura, para outros é ser feliz.
Temos de trabalhar a felicidade, num equilíbrio entre interesses pessoais, impessoais e o trabalho, sabido que este, mesmo com amor e gosto, não preenche as nossas necessidades, menos ainda as espirituais.
Necessário é o meio termo, para fixar o equilíbrio entre o esforço exigível para saber o que é indispensável à maioria das pessoas para serem felizes.
O que exige atividade e esforço, desde a alimentação, a habitação, o amor, reconhecimento e compensação profissional, saúde, respeito de quem e por quem nos rodeia. Para alguns, constituir família e ter descendência. Ou ter interesses por aquilo que não tenha uma importância prática na vida.
Há interesses à margem das atividades essenciais da nossa vida que nos ajudam a manter o sentido das proporções, que são gratificantes e momentos felizes: uma boa leitura não relacionada com a nossa atividade profissional, ir a jogos, ao cinema, ao teatro, caminhar, correr, atividades e práticas desportivas, artes e cultura em geral.
Segundo Aristóteles, sem amigos não se alcança a eudemonia, palavra grega que significa felicidade, sendo caso para dizer, exemplificando-o: se grande remédio do mal foi sempre a conversação, idem uma boa conversa a dois.
14.10.22
Joaquim M. M. Patrício