Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

POEMS FROM THE PORTUGUESE

POEMA DE MANUEL DE FREITAS

  


QUINTA DA REGALEIRA


Por amor, pode-se. Ou quando
se traz no bolso do casaco
um envelope lilás dirigido
a um amigo que não queremos perder.


Por amor - ou por amizade -
pode-se, enfim, descer pela
primeira vez o Poço Iniciático,


sofrer em pleno dia a noite
dos túneis que nos devolverão à luz;
esse chão pisado por americanos
nédios e europeus sem graça.


Mas dispensem-me de razões
e argumentos. O medo foi
o que de mais precioso tive esta manhã.
Ou durante toda a minha vida.


in Cólofon, 2012


'QUINTA DA REGALEIRA'


For love, you could. Or when
you carry in your pocket
a lilac envelope addressed
to a friend you don’t want to lose.


For love – or for friendship –
you will at last, for the first time,
go down the Initiatory Well,


suffer by day the night of tunnels
which will take us back into the light;
this ground walked on by sleek
Americans and dull Europeans.


But spare me reasons
and arguments. Fear was
the most precious thing I had this morning.
Or throughout my whole life.


© Translated by Ana Hudson, 2012
in Poems from the Portuguese