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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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CRÓNICA DA CULTURA

Vejo as aves marinhas das nossas vidas

  

Chega-se a um final de ano no século XXI, em que em muitos espaços do território Terra, o governar, é uma busca constante para que a perfeição do governo resida na justificação da desumanidade.

Deveria haver uma deportação perpétua para um lugar onde se isolassem estas gentes que queimam viva a paz, e seguissem elas para um entreposto de onde nunca mais saíssem, e ali, aninhadas, num gargalo, entre nada e nada, nunca desistiriam, seguramente, de se torturarem, de se matarem, numa avaliação de pares.

Contudo, há quem nos queira destinar a vaguear como nos sonhos, para deles sairmos derrotados, secos.

Justificar o poder absoluto e a brutalidade do mesmo, é justificar a criatividade do controlo humano para reprimir.

Homens e mulheres devem ser seres sub-humanos que não podem resistir à opressão.

A modernidade tecnológica só deve ser usada para a mais minuciosa vigilância que cumpra a abrangência do mundo para o anti-humanismo.

O desrespeito pelo ser humano individual implica o controlo do Estado pelo próprio pensamento.

E se tudo isto resultar, qual a popularidade até nossas casas?

Quantos saberão identificar o sentimento liberdade sem recorrer a um sistema de vídeo de vigilância?

Apenas posso dizer que, do ponto onde estou, vejo as aves marinhas das nossas vidas, ainda fora do controlo, musas que unem verso e reverso, e, possuídas de um voo que se não deixará atalhar.

E virão sempre, elas, as aves marinhas,

soalheiras.

 

Ah! Virão, virão,

sim!

 

Teresa Bracinha Vieira