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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

MEDITANDO E PENSANDO PORTUGAL

  


38. O PAÍS COMO REALIDADE CULTURAL E LINGUÍSTICA


O reforço de Portugal, como realidade cultural e linguística, é o principal suporte da nossa reação aos desafios que a atual globalização nos coloca e à nossa existência como país.

Numa perspetiva económica e financeira, o escudo e a política monetário-cambial nacional desapareceu. Passámos a ter o euro como moeda e o Banco Central Europeu tomou o lugar do Banco de Portugal.   

Ao deixarmos de ter moeda própria, perdemos a capacidade de ter uma política de comércio externo, de impor ou não restrições às trocas externas, de introduzir taxas aduaneiras ou alfandegárias, ou outras restrições, a outros países, ficando dependentes de decisões dos órgãos da União Europeia.

A nossa política orçamental está condicionada e sujeita ao Pacto de Estabilidade e Crescimento.

As políticas nacionais estão, cada vez mais, subordinadas a Bruxelas, restando-nos poder ter capacidade para as influenciar. 

Portugal como economia é uma região, entre várias, da UE e da zona euro.

Sendo, cada vez menos, um país do ponto de vista económico e sendo-o parcialmente sob um prisma político, é-o ainda no sentido cultural, onde sobressai a língua e o património.   

Quando há uma tendência, com a integração europeia e a globalização, para a ausência de barreiras ao comércio e à mobilidade de pessoas e bens, é a nossa realidade cultural que sobressai, sendo imperioso reforçá-la, assegurando o apoio interno e a  internacionalização do nosso idioma, das nossas artes e centros  culturais,  fazendo mais pela manutenção e restauração dos nossos monumentos e pela divulgação de figuras representativas da nossa identidade e universalidade, sem que isso constitua um obstáculo a contactos com outras culturas.

Para que tudo não fique igual e se fortaleça a nossa especificidade como realidade cultural, enquanto espaço de autonomia e diversidade.    


Joaquim M. M. Patrício
20.01.23