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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICA DA CULTURA

O mensageiro

  


Reconhecer o abismo entre o que se diz poder fazer e o que de facto se consegue fazer, é compreender a realidade do poder.

Os incontáveis becos sem saída a que esta situação nos tem levado constantemente, equivale a fazer do Estado uma máscara que não existe, existindo.

Ora, não se duvide que sempre houve quem - no mais profundo e competente esforço -, nunca desistisse de acreditar que fazendo parte de um pacote histórico do atual conceito de civilização, devia à sua alma a prova de que se podia repensar uma nova ideia de política, e estes exemplos, continuam a ter lugar, apesar das dolorosas solidões das lutas nestes graus de empenho.

Na verdade, em prol de algo aparentemente fora do alcance, vão os mensageiros por palavras e obras, demonstrar que se algo tem corrido mal, será pelo hábito de viver o que se vive, em aceitação constante e sem a repelente abstenção do esforço de cada um, em favor de uma sabedoria política que necessariamente implicasse uma ajuda mútua.

Se a cooperação social, o ativismo cívico ou o cuidarmos uns dos outros, fazem parte das características da civilização, então a sua história, se começou a ser escrita, foi de há pouco, e por capítulos geograficamente distantes, o que hostiliza a hospitalidade levedada de os pensar em conjunto.

O mensageiro, creia-se, é uma das descobertas que levou sentido às comunidades morais alargadas.

Da roda do oleiro, à navegação marítima por mares nunca navegados, entre outras invenções, é muito provável que por aí viva a cartilha de algo novo, novo e propício às sociedades humanas, o que nos surpreenderá, pois afinal, podemos lá chegar e vindos de dentro.

 

Teresa Bracinha Vieira