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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

POESIA

  

 

18.

Tenho agora um intervalo entre coisas que não existem.

Íntima,

escolho


19.

As ânsias dos cães

naquele dia de inverno

chumbo

chuva

lágrimas

tudo ao mesmo tempo.

A seguir,

o ar

silencioso

nas trelas


20.

Uma nova ordem do mar

escreveu-me a pergunta

e fui.

Afinal era domingo.

Uma outra espécie de dia igual

ao que tinha iniciado,

aquele mesmo outro, desmeado de emoção

quando parti


21.

E que a arte nos livre do que somos

e que tudo, para este efeito, possa ser arte,

menos o amor.

Este, não farta nem desilude, nem nos livra

do saber

que possuir é perder

a virgindade que não confunde

 

Teresa Bracinha Vieira