CRÓNICA DA CULTURA
TEMPO LIVRE
Recuperar o gosto pelo tempo livre; libertá-lo da economia; dar-lhe um sentido de existência, de cultura, de arte, de contemplação, de atividade de descanso, é recuperar o ócio criativo.
Assaltados pelos computadores, pelas redes e pela própria IA, ouvir música, é uma libertação face aos monopólios de atividades supostamente criativas que nos propõem.
Hoje a interligação entre as pessoas e factos via redes, constitui o modo de usar o tempo livre, por força das forças que facilmente vencem a capacidade do próprio escolher para si, o que o faz feliz.
Deixar que o tempo se subtraia na vida de cada um, e não cuidar que o tempo livre equivale à possibilidade de aumento de vida qualitativa, equivalendo mesmo, a uma aberta ao desenvolvimento não atrofiado do indivíduo a um advir provável da felicidade de cada um, é realidade bastante à visão de presente no futuro.
De realçar que existe ainda um horário mínimo a utilizar dentro do tempo livre, e que nos oferece um rendimento pluridimensional de substância que é constituído por tudo quanto a natureza nos oferece, se dela não nos esquecermos.
Registe-se ainda que, no fazer tudo para nos salvarmos, surpreender-nos-á o saber do tempo livre, qual testemunho que cada geração nos deixou e que nós, quais recifes!, deveríamos preservar e transmitir.
Teresa Bracinha Vieira