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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICA DA CULTURA

NO MOMENTO DO VULCÃO
E JÁ
NO PÓS DE TUDO

  


Passo a passo desenleava-se o enovelamento dos fenómenos, e como a razão crítica não convinha aos estabelecidos, obscureceu-se a verdade enevoando-a com a mentira.

A partir daí só havia que destruir inimaginavelmente e aguardar pelos termiteiros submissos.

E eis que tudo pareceu acontecer de súbito quando afinal se lhes deu tempo e força e permissão para que rebentassem a crosta do mundo, avaliando previamente a potência da câmara magmática, aquela que que alberga a caldeira do mando cruel e oportunista e cego de cegueira absoluta, aquela que sabe que explode com consequências planetárias.

Foi usada a extrusão para dar forma e atribuir características no tecido do Ser.

Causaram-se descargas explosivas avaliando as tolerâncias;

a sismicidade de aparente baixa magnitude entrou de manso nas escolas;

em sons de baixa frequência, avaliaram-se as universidades;

a voz cavernosa das placas tectónicas a roçarem ressurgentes anunciaram pontos de partida;

e quase todos alheios, como última verdade, os humanos sentaram-se em cima do momento do vulcão, e já nos pós de tudo, no próprio pós-armadilha e fraco engenho,

aconteceu.


Teresa Bracinha Vieira