CRÓNICA DA CULTURA
NO MOMENTO DO VULCÃO
E JÁ
NO PÓS DE TUDO
Passo a passo desenleava-se o enovelamento dos fenómenos, e como a razão crítica não convinha aos estabelecidos, obscureceu-se a verdade enevoando-a com a mentira.
A partir daí só havia que destruir inimaginavelmente e aguardar pelos termiteiros submissos.
E eis que tudo pareceu acontecer de súbito quando afinal se lhes deu tempo e força e permissão para que rebentassem a crosta do mundo, avaliando previamente a potência da câmara magmática, aquela que que alberga a caldeira do mando cruel e oportunista e cego de cegueira absoluta, aquela que sabe que explode com consequências planetárias.
Foi usada a extrusão para dar forma e atribuir características no tecido do Ser.
Causaram-se descargas explosivas avaliando as tolerâncias;
a sismicidade de aparente baixa magnitude entrou de manso nas escolas;
em sons de baixa frequência, avaliaram-se as universidades;
a voz cavernosa das placas tectónicas a roçarem ressurgentes anunciaram pontos de partida;
e quase todos alheios, como última verdade, os humanos sentaram-se em cima do momento do vulcão, e já nos pós de tudo, no próprio pós-armadilha e fraco engenho,
aconteceu.
Teresa Bracinha Vieira