CRÓNICA DA CULTURA
A grande caça ao homem existe ou não existissem espécies de vida sem convicção.
Vidas, quantas vezes, já não a tempo, ou no desamparo do quase não a tempo.
Os incautos homens mirrados que vivem dentro dos próprios sarcófagos, diga-se, foram atraídos para eles pelos cantos das sereias que lhes prometeram e prometem o ouro dos tolos.
Há que desvendar os mistérios dos objetivos desta caça, para que se entenda a motivação, o interesse inicial que se concentra no que torce e distorce até que as realidades sejam apercebidas pela forma que se impõem como verdade.
Há que registar que se enviam para muitos campos de batalha os espíritos criativos - considerados como os mais problemáticos - a fim de que sejam decapitados nas ditas guerras justas.
Parece que se desconhece a ideia da liberdade, essa mesma que envolve a do seu pressuposto, e consequentemente aquela que tem a capacidade de rejeitar a ideia recebida: a que insiste sempre em marchar fora do ritmo.
Todos contribuímos para deixar este mundo intolerante e mesmo retrógrado a que se chegou, mas este mundo ainda tem uma beleza e uma potencialidade espantosa.
Que as novas gerações resistam a não respeitar o que não merece respeito, há que ser cético em relação ao que nos pretendem fazer engolir; há que pensar na proposta de John Lennon «E se não houver céu».
Sonhem!
Creiam que a ideia não morre!
Que à ideia, a felicidade não é suficiente: antes, a sua procura é a que também recebe as visitas do mundo na sua estranheza.
E vós – e ainda nós - a partir daí.
Teresa Bracinha Vieira