CRÓNICA DA CULTURA
A ESCOLHA É NOSSA
E quando o grande luto perguntar a grande pergunta, ela agirá então sobre o mundo que virá e o transportará da origem à evolução, pois que a partir daí se escolhe entre o turvo-ignorante e a decifração contínua.
A partir daí emerge-se para a grande aventura cultural.
A partir daí, os dominantes - que têm realçado o estatuto inexistente dos subalternos, exibindo-os em honrarias que os rebaixam, e atemorizando-os para que se concluam em violência numa deriva imprevisível - deixarão de os controlar como gentes-insetos sem sentido, como gentes do inacabamento do pensar.
Tragicamente, há muito que a incompletude constante das descobertas do humano levou a quem se compense através da servidão voluntária - ideia imensamente corrosiva de quem aplica esta servidão e de quem a aceita com sofrer dormente na glória de um reinado verdadeiramente inexistente.
Toda esta postura aconteceu e ainda acontece como se a história só tivesse este lugar de disputa, este caminho que nunca inicia sequer o humano sem medo.
Toda esta postura, só levou a descidas de patamares na civilização; nunca superou obstáculos fundamentais; nunca soube estimular uma natureza que se entendesse através de uma linguagem não doente.
Toda esta postura conduziu a que perceção e coisa percebida não coincidissem.
Mas podemos ainda desafiar-nos a conquistar alma e destino propício: audácia, liberdade e ideia.
A escolha é nossa!
E ela é verdadeiramente tudo o que a envolve.
Teresa Bracinha Vieira