CRÓNICA DA CULTURA
Ressonâncias
No futuro, no já presente futuro, podemos questionar o quanto a linguagem ainda abarca em liberdade aquilo que consideramos uma estrutura imprescindível do pensar e do sentir.
No futuro, no já presente futuro, como pode o espírito proteger-se quando o potencial de danos entra em contacto com uma realidade que quer fazer-nos adaptar à confusão das inverdades?
Acreditamos que o potencial nocivo que pode tornar as formas de comunicar muito difíceis é agora uma prioridade a tratar e todos os avanços devem ser saudados.
Precisamos tanto da notícia, da boa notícia que muitas das questões que nos absorvem estão a ser melhoradas, desenvolvidas pelos investigadores de todo o mundo, de modo que afinação e controlo façam a diferença, proporcionando níveis de robustez e fiabilidade hoje ainda impossíveis.
Só com descobertas de novas confianças que não releguem os humanos, na melhor das hipóteses, para o papel de mera supervisão, é que a própria função da IA fica mais clara.
Conforme a capacidade de escrever e usar a linguagem, a humanidade cumprirá a sua história não inexoravelmente submetida ao domínio de quem controla as máquinas.
Lembremo-nos sempre que apesar dos superpoderes dos computadores, eles não possuem memória deles próprios e por isso não acedem.
E, entretanto, entretanto, que se mantenham emocionantes as ressonâncias da linguagem, daquela mesma que já no antes foi para além.
Teresa Bracinha Vieira