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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICA DA CULTURA

VIVEMOS UM GRANDE MOMENTO: É PRIMAVERA

  


Na dimensão pessoal, Stuart Mill trata do indivíduo e do seu florescimento pessoal e aponta-nos o quanto encontrar amigos, uma profissão, ler, assistir a um espetáculo, viajar, conhecer o rumor redondo do mundo, tudo são encontros que nos acontecem e que nos serão guia para um aprofundamento único do que vivemos.

Mas as adversidades com que nos deparamos são também encontros: a doença, a morte, o envelhecimento, a desilusão como tudo o que nos sucede, faz parte de um reunir ao qual nós nos deveríamos adaptar sem obediência ou rejeição.

Ajudar-nos-á sempre um disciplinado e melhor conhecimento de nós próprios, do nosso poder, da nossa autocrítica, do nosso entender, do até onde poderemos ou conseguiremos ir.

Procurarmos para nós e para os outros uma comunidade de esforços que nos humanize pressupõe que tenhamos consciência da nossa inumanidade.

Encontramo-nos uns com os outros face a diferentes realidades é encontrarmo-nos também com a alegria, e como nos diz Espinosa «A alegria é a passagem de uma menor a uma maior perfeição.» e existem muitas características na Primavera que nos alertam para aspirarmos a desenvolver essa alegria que é parte de uma totalidade que nos incrementa a vontade de viver.

Para vivermos com a serenidade possível, o percurso não é o da obediência a normas morais, religiosas ou outras, nem é a sua rejeição , é um aprofundamento da nossa natureza e da nossa dignidade enquanto poder de escolher como viver.

Há sempre algo a conhecer na força exigente da Primavera, e não devemos entendê-la apenas como esperança pois ela vem de dentro do seu esforço, o que nos revela o quanto devemos agir e exigir e existir em ato.

Vivamos este grande momento: é Primavera! Ensaiemos compreender o seu segredo pontual e imprescindível.


Teresa Bracinha Vieira