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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICA DA CULTURA

A paixão pela compreensão

  


A paixão pela compreensão implica necessariamente uma entrega ao pensamento crítico reflexivo, uma capacidade de amar a vida e de a entender, preocupando-nos com a formatação que nos impõem, procurando pensamentos à busca de uma finalidade.

Pensar e repensar é um imperativo ao compreender.

Não descurando analogias com outros tempos, a pertinência de pensarmos o mundo liberta-nos para aferirmos uma outra responsabilidade pelas nossas ações a fim de acedermos a um pensamento que melhor entenda os elementos da condição humana.

Não existimos sozinhos, todos somos diferentes uns dos outros, todos, um dia desapareceremos. Parece, pois, que existimos num espaço de transição, nesse mesmo em que pode prevalecer o interesse de construirmos um mundo em comum, um mundo apesar dos apesares, um mundo com uma oportunidade mais humana.

Aqui e agora, na nossa vida quotidiana, o modo de criarmos linguagem para melhor interpretarmos os nossos pensamentos, baliza a acutilância com que os mesmos se vêm a formular e a esclarecer-nos.

Compreender e ser-se compreendido clareia a própria experiência da solidão, clareia e alerta o declínio da cultura.

Há que aprender a cultivar a ataraxia para que haja uma certa indiferença em relação a tudo o que não deve suscitar preocupação excessiva da nossa parte.

Recolhamo-nos, pois, até ao fundo das contradições para voltarmos a todos os inícios a partir de nós, a partir da perspetiva do outro.

Livremo-nos do que obscurece a mente para que se aprenda a discernir e a desconfiar das ideias inúteis.

Há que gozar a vida também e através de atos belos, critério sábio para avaliar entre correto e incorreto.


Teresa Bracinha Vieira