LONDON LETTERS
Nelson Rolihlahla Mandela, 18 July 1918 – 5 December 2013
O melhor de todos nós partiu para a eternidade, aos 95 anos, e o mundo celebra-o com emoção. Uma personalidade extraordinária, sim, por inteiro, mas sobretudo um homem de coração bom e espírito livre. Daí esta brisa! Alguém que prova what love is about e assim muda o mundo, para melhor! A sua firmeza de objetivos, princípios e valores evapora a vedação do ‘apartheid.’ — Oui, nous pouvons! A morte de Mr Nelson Mandela ocorre numa terra em inquieta transformação, aonde, a exemplo do resto do globo, há fome de justiça e de outros fundamentais à vida, deixando a todos um intenso legado político e moral, de coragem, magnanimidade e esperança. A ONU e as bandeiras das nações saúdam este African father. Grandes e pequenos seres enaltecem-no. — "Neither in Samaria, nor in this mountain, nor in Jerusalem." Ele é um filho das savanas e o prisioneiro No. 46664 que presta apoio jurídico aos carcereiros em luta por os devidos salários. O medo, nota o general V Hammerstein aos nazis antes do silêncio, não é uma visão do mundo.
Em qualquer hemisfério e quadrante, eis demonstrado à evidência o quão diferente é ser amado e venerado ou ser temido, desprezado e odiado. E temos um líder! Neste caso: a ave guerreira dos “ventos da mudança.” A sua autoridade interior inspira respeito e admiração. Defende a intrínseca dignidade do ser humano, contra o domínio branco e ainda contra a dominação negra. Um tribunal de Pretoria sentencia-o a prisão perpétua, em 1962, por crime de traição. Inicia a walk to liberty. Atrás das grades, em exígua cela, vive 1 ano. # 2 anos. # 3 anos. # 4 anos. # 5 anos. # 6 anos. # 7 anos. # 8 anos. # 9 anos. # 10 anos # 11 anos. # 12 anos. # 13 anos. # 14 anos. # 15 anos. # 16 anos. # 17 anos. # 18 anos. # 19 anos. # 20 anos. # 21 anos. # 22 anos. # 23 anos. # 24 anos. # 25 anos. # 26 anos. # 27 anos longos de encarceramento, com a punição agravada de trabalhos forçados. Aos 71 anos de idade, sabendo porque cantam os pássaros engaialados, Mr Mandela sai do presídio do ‘apartheid’ com o sorriso de perdão. O que acontece a seguir na desigual South Africa vem nos livros de história e afirma a utopia de recriar a world that works for all que vitaliza a nação: o ideal multiracial da free and democratic society.
Ora, uma comum questão entre os historiadores é a de apurar how much difference can one Leader make? Um daqueles seres raros como, escolhei vós, Mahatma Gandhi? Winston Churchill? Martin Luther King Jr? Seja: The right person, at the right time, in the right circumstances. Quando o ativista que trata pelo nome próprio a Queen Elisabeth sai do cárcere, num dia sem nuvens de 1990, e ao mundo simplesmente se revela liberto de ressentimento, raiva ou amargura, ergue um farol planetário que as gentes de várias tonalidades de pele olham para finar o opressivo regime da segregação racial. O caminho é exigente. Se esmagadora maioria dos South Africans vota nele, poucos estão preparados, mesmo agora, para idêntica calmness e fé na diversidade e na reconciliação. Ainda assim, menos por decreto, mais pela palavra e exemplo, produz o milagre da diferença! Talvez a estatura de Madiba indicie mudança nas eras do tempo, um Homem mesmo entre hienas e chacais, em paz, com amor e retidão. E que se pode escolher replicar à escala e esfera de influência. Afinal, que trilho seguimos? Com que contributo individual para o bem comum?
O legado humanista de Mr Nelson Mandela é perene lição de tolerância e um exemplo magno de autenticidade, integridade e inteligência. O Archbishop Desmond Tutu agradeceu já a graça do amigo cuja vida ensina sobre the right example em que todos e cada um se podem esculpir. “Eu sou o comandante da minha alma,” escreve ele na viagem às trevas. — I deeply thank you, Tata Madiba.
St James, 10th December
Very sincerely yours,
V.
A note
The bird of the winds of change
As estatísticas políticas indicam que apenas 2% das pessoas ousam dizer ‘não’ a um regime moralmente criminoso. O preconceito e a insensibilidade ao sofrimento humano explicam parte, bem como o especial tratamento prestado aos insubmissos. Em Long Road to Freedom (1995), uma geração depois de etiquetado como “terrorist” por resistir aos brutos e de London acolher no exílio Mr Oliver R Tambo e o quartel-general do ANC - African National Congress, Mr Nelson Mandela informa a memória matemática dos divisores (e os revisionistas da fotografia) sobre o modelo da superioridade racial:
Apartheid literally meaning “apartness” and it represented the codification in one oppressive system of all the laws and regulations that had kept Africans in an inferior position to whites for centuries. The often haphazard segregation of the past 300 years was to consolidated into a monolithic system that was diabolical in its detail, inescapable in its reach, and overwhelming in its power.
Todos diferentes, todos iguais. Nem todos cúmplices.
— Yes, Mr Mandela’s day is done.