A FORÇA DO ATO CRIADOR
John Ruskin - Arte, Trabalho e Sociedade. (Parte 1)
'But now having no true business, we pour our whole-masculine energy into the false business of money-making; and having no true emotion, we must have false emotions dressed up for us to play with, not innocently, as children with dolls, but guiltly and darkly.', John Ruskin
Ao experienciar constantemente beleza no mundo, somos ensinados a ver a vida na sua mais pura verdade.
O pensamento de John Ruskin (1819-1900) transporta a ideia de que a arte não tem qualquer relação com o intelecto ou com o conhecimento. Apresenta sim uma incessante busca pelo sagrado e pela verdade das coisas que demonstram a simultaneidade de Deus e da Natureza. Ruskin acreditava que a educação do gosto poderia influenciar a formação de um carácter. Debatia-se a favor do constante encantamento e glorificação pelo mundo.
Ruskin acreditava no uso da técnica pura, sem artifícios nem seduções, quase como uma prática religiosa, que implicava o retorno a uma condição social e a um ofício humilde e cuidadoso, que poderia trazer o contentamento puro. O artista já não é apenas um visionário isolado do mundo, mas um homem em polémica com a sociedade. O artista gostaria agora de afirmar a solidariedade como sendo o empenho primordial de todos os povos e todos os seres humanos. Cada linha, cada risco desenhado por este novo artista, se verdadeira, deverá ser intensa, inteira e decisiva, contendo todas as intenções possíveis. Ruskin reconhecia o trabalho automático da máquina como sendo o possível libertador do trabalho repetitivo e monótono.
'Fine Art is that in which the hand, the head, and the heart of man go together.', J. Ruskin
Ruskin protestava contra a busca exclusiva do lucro na era da Revolução Industrial, contra a exploração do homem pelo homem, assumindo assim uma postura política claramente socialista. Para Ruskin, uma sociedade baseada no tratamento desigual e indiferente em relação às pessoas e ao meio ambiente é alheia à beleza.
'When men are rightly occupied, their amusement grows out of their work, as the colour-petals out of a fruitful flower - when they are faithfully helpful and compassionate, all their emotions become steady, deep, perpetual and vivifying to the soul as the natural pulse to the body.', J. Ruskin
Ana Ruepp