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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO

 

LXII - VIAGENS, VIAJANTES E O FATOR LÍNGUA (IV)

 

Em 1394, nasceu, no Porto, a 4 de março, o Infante D. Henrique, “O Navegador”, pioneiro dos descobrimentos e da globalização.

 

Foram, assim, os portugueses os formuladores e os construtores iniciais da globalização/mundialização, neste feito forjando os seus heróis, aqui assumindo especial relevo Fernão de Magalhães e a viagem de circum-navegação à volta do globo terrestre, a primeira a nível mundial.

 

Cumpre referir, entre muitos, João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira, Gonçalo Velho Cabral, Gil Eanes, Afonso Gonçalves Baldaia, Nuno Tristão, Álvaro Fernandes, Dinis Dias, Diogo Gomes, António da Nola, Pedro de Sintra, Fernão Gomes, João de Santarém, Pedro Escobar, Fernando Pó, Álvares Esteves, Diogo de Azambuja,  Diogo Cão, João Afonso de Aveiro, Bartolomeu Dias, João Fernandes Labrador, Pedro de Barcelos, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Duarte Pacheco Pereira, Diogo Dias, Gaspar Corte Real, João da Nova, Vicente Sodré, Tristão da Cunha, Diogo Lopes de Sequeira, Francisco Serrão, António de Abreu, Jorge Álvares, Fernão Mendes Pinto que refere, no seu livro “Peregrinação”, que em 1541 ele próprio e dois companheiros, Diogo Zeimoto e Cristóvão Borralho, foram os primeiros portugueses que chegaram ao Japão, tendo visitado a ilha de Tanegashima, cujo régulo prendaram com uma espingarda, tida como a primeira arma de fogo introduzida naquele país.

 

Outros viajantes se podem mencionar, como Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã, aos quais, em 1487 e às ordens de D. João II, coube, ao primeiro, levar à corte etíope cartas dirigidas pelo monarca português ao Preste João, nome dado na Europa ao Imperador da Etiópia, enquanto o segundo ficou com o dever de obter frutuosa e sigilosa informação sobre o comércio e navegação no Oceano Índico. A que acrescem outros nomes como os de Lopo Gonçalves e Rui de Sequeira, Diogo de Teive, viagens pelo Atlântico Norte de João Vaz Corte Real e Álvaro Martins Homem; novas explorações da Terra Nova por Miguel Corte Real e do Golfo de São Lourenço (ao sul da Terra Nova) por João Álvares Fagundes; achamento das Maldivas atribuído a Simão de Andrade, entre tantos outros.

 

Continuaram os portugueses a percorrer os mares e a descobrir novas terras, mesmo que por conta das navegações espanholas. Portugueses como João Dias de Solis, de origem espanhola e nascido em Portugal, que em 1515 achou as costas meridionais da América do Sul e explorou o estuário do Rio da Prata, onde foi morto pelos indígenas; João Rodrigues Cabrilho, explorador da Califórnia (1542-1543); Pedro Fernandes de Queiroz, descobridor das Marquesas (1595) e das Novas-Hébridas (1606). Portugueses marinheiros e construtores iniciais da globalização, mesmo colaborando no estudo e execução da expansão marítima de outros povos. 

 

21.08.2020
Joaquim Miguel de Morgado Patrício