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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICA DA CULTURA

CÁRCERE

  


Quando os sistemas assentam em mentiras, a mentira unida e central leva a que o resto da história se desintegre, como quando se pede emprestada uma realidade e se a usa na totalidade.

Resta o resgate metido à força na cabeça das pessoas como solução ainda que provoque brutais danos e não atenue a dor da aparente alforria.

As narrativas desfizeram-se face às ações que as contradisseram, e poucos notam, penosamente submergidos na não-vida.

O habitat das gentes foi-lhes negado, afinal, e o silêncio é força escoada.

A queda, teve diretamente a ver com o facto de as elites manipularem violentamente, contra quem queria mudar o sistema, expondo o conteúdo das máscaras: expondo as estórias esborratadas dos supostos impolutos.

Contudo, a crise aguda da mentira nunca chega a ter lugar: os expedientes dissipam-na sempre, atempadamente.

A religião da não solidariedade não é desmascarada e tudo é apenas parte do problema.

Na verdade, os comportamentos e atitudes dos que definem liberdade como opção do consumidor, e favorecimento como uma ideia de direito e mérito próprio, criam sociedades de desempenho transgressoras, e de um tal poder que, a vida, essa indefesa, termina aos poucos, mirrada, na esperança de um saco-cama.

Teresa Bracinha Vieira