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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICA DA CULTURA

EM BUSCA DOS OLEIROS MATER

  


Tem-se observado que o domínio no acesso a formas de conhecimento, atribui o grau de certeza aos poderes, cuja evidência de vontade de dominar é a da saciedade absoluta.

Também se sabe que apenas quando se juntam grandes números de pessoas, criam-se sociedades que necessitam de poderes que as dirijam e que tomem decisões por elas.

Ao tentarmos falar das sociedades grandes, não descuramos que nelas, o poder de características totalitário, ou o que não convoca cooperação como ato cívico, é tão mais exercido quanto menor for o contacto destas sociedades que o sofrem, com outras, cujos conhecimentos partilham, inclusive através de negócios, casamentos, viagens, etc.

No entanto, nos núcleos societários de pequena dimensão, as pessoas demonstram grandes capacidades de autogoverno, e costumam ser sociedades participativas nas comunidades e gestoras de destinos comuns, como foi em Portugal o caso ainda recente de Vilarinho das Furnas.

De facto, não havia nestas realidades, imperadores e quejandos que tivessem de obrigar a limpar as fontes de água sob pena de tortura ou execução de bens.

Na verdade, o mando carece de circo que lhe reconheça o poder, lhe obedeça e o admire, conjunto de verdades que se não observam nos meios pequenos, mais geridos por peritos rituais conhecedores de um terreno solidário, no qual a paz faz a união.

Contudo, também nas sociedades familiares a hierarquização de um mando inquestionável e violento, tem lugar, e pode até tratar-se de uma família muito pequena, mas com uma escala de densidade de falta de cultura absolutamente osteoporótica ao que acresce o poder económico dominado apenas por uma pessoa.

Seja como for, aquilo que tudo isto parece representar é que, o grande perigo da falta de cultura numa sociedade, iniciou-se desde muito cedo, podemos até afirmar que a partir do momento em que o trabalho criativo do oleiro, passou a desenvolver-se de jeito monótono, quase mesmo padronizado, e o labor feminino, à cautela foi isolado, tudo então se tornou caminho minado a um envolvimento de todos por um mundo diferente.


Teresa Bracinha Vieira

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