CRÓNICA DA CULTURA
JOHN LEWIS
A sua vida foi como a notícia da passagem de um astro: porque pensamentos e atos acontecem e conduzem e são presente e futuro.
Que o sofrimento imerecido é redentor? Tal como disse MLK no seu discurso? Isso vem da Bíblia, vem do seu espírito? Pergunta Fareed Zacaria a John Lewis.
John Lewis:
Vem da Bíblia, dos ensinamentos de Jesus, mas também do Dr. King e de Gandhi.
Chegamos a um ponto em que acreditamos que algo é tão correto e tão necessário que estamos dispostos a morrer por isso.
E digo:
O sentido que une os homens lembra uma idade não imaginada de aproximação a um fundo que tem tudo. Uma idade límpida e de anunciação ao que nos prometemos e que ainda não aconteceu.
Este sentido, depois de encontrado, revela-se como um sítio de verdade que origina a passagem de um astro.
Então, com a maior emoção, a voz do tempo, incomensurável, mas finita e grata aos nomes de Pitágoras, confirma dor e amor de perdição; reúne toda a poesia, toda a contradição, e o comboio que nos levará à morte a que estamos condenados desde o início, levar-nos-á a um novo domicílio.
Este o saber filosófico que se sabe e não se vê.
Certo é que quanto mais se difunde um pensar e um atuar como o de John Lewis, mais a nossa viagem se aproxima do descobrir, do encontro extraordinário com a esperança lúcida.
Esta a minha homenagem a John Lewis, apenas aquela de que sou capaz, aquela que vou reconhecendo o quanto o seu traço me é fiel.
E eis de novo que o cito:
Chegamos a um ponto em que acreditamos que algo é tão correto e tão necessário que estamos dispostos a morrer por isso. JL
Teresa Bracinha Vieira