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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICA DA CULTURA

  


Dizia-se na povoação que os sinos quando andam muito calados é para não acordarem a morte.

Sempre em agosto

a vida parecia começar de novo num sentido simples de tudo e nada e poderia anunciar até o nada pois que depois do nada era o céu e dele nada se sabia.

Não tenhas pressa,

dizia a Cila para a filha.

A trovoada seca precisa de mais tempo para ir embora, e depois, quando repenica já vai longe. E não te aflijas,

rapazes há muitos terras fora, se este não vier, merece carregar um andor de espinhos.

Mas virá depois da trovoada.

Esteve à porta de manhã para saber de ti à fina força.

E a mãe? Que disse?

Ainda é cedo.

Mas é agosto!

Se o remédio fosse esse! Ó filha, não me iludo.

Tudo chega ao fim da estrada.

Ouve, que te não minto: se não conseguires ver o céu, então deixa-o a Deus.

Mas escuta, os sinos não tocaram.

Vai haver mais futuro.


Teresa Bracinha Vieira