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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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CRÓNICA DA CULTURA

Audácia: o mais verde que é o verde no verdor 

  

    Kengo Kuma (Gulbenkian)


A audácia é também uma confiança na iniciativa que encerra uma certeza emotiva.

Há por vezes muitos detalhes na audácia, muitas razões sensíveis que nos ajudam a enfrentar caminhos impossíveis.

A audácia também se debruça sobre nós e por trás de nós fitando-nos com olhos mais íntimos que os nossos, a fim de nos alertar para que não vivamos nem dos vestígios nem do impreciso, nem de paisagens como quadros se queremos mover-nos no viver.

Há muitas janelas-fronteira que impedem a audácia ou não se soubesse que também se vê sem pensar, e também se esquece sem se ter sentido todas as migalhinhas.

Por essas e outras razões a audácia também é feita de silêncio profundo no interpretar o quanto as figuras dos sonhos não são iguais às da vida, mas que tudo anda em paralelo, que tudo é igual e diferente.

A audácia é também uma infância como nos temas de W. Wordsworth, uma perceção de que só ela rompe e não corrompe a inocência; de que só ela tem calendário casado com a vontade; de que ela tende para lá do normal esforço humano e do mais verde que é o verde no verdor.

A audácia diz-nos que o dia bom passa e ainda assim ela é imprescindível para que dele se conheça a memória.

E tudo é o que somos.


Teresa Bracinha Vieira