CRÓNICA DA CULTURA
CELEBRAÇÃO
Minha filha vamos, vamos, a levantar, aproxima-se o dia, o teu dia, e afinal o de todos nós! A cidade e o povo reivindicam-te. A um sinal de assentimento teu, todos vamos a demanda do novo ano. Vai, vai no cortejo das tuas núpcias, canta as glórias das essências. As ruas irão encher-se de coroas e tochas e vinhos e perfumes. É um dia de vitória muito teu. Neste primeiro dia do ano, de pronto, vai soltar-se o teu coração, sem qualquer medo do que lhe está destinado. São assim as núpcias, estabelecem elas alianças com futuros frente a frente para que se vejam, e ainda assim tão longe, ou já amanhã, quem sabe?
Minha filha, concede!, antes que te faltem as forças e que deixe de ser evidente que quem te pretende, te ama, disposto a arruinar-se por ti, sabendo que a ruína é o tanto imenso amor que te tem e terá, e que o ano a viver é o início de uma ideia.
Prodígio! Cantamos todos! Prodígio extraordinário! Vem 2021! Vem ó ano dos futuros que o enlace original é da minha filha! Grande é a sua formusura, superior mesmo à dos segredos dos escultores e pintores e poetas e arquitetos e músicos. Centras tu, filha minha, meu amor, a força feminina da história catalisadora dos movimentos e das ações. O teu herói será a separação e o reencontro, e tu o enfrentarás como aos perigos dos caprichos da Sorte.
Minha filha luta, assume o desafio a exigir núpcias. E eis que te vais surpreender em cálculos e desfechos e em perceções contraditórias, mas o sonho e o que nele viste, vai existir também na realidade.
Filha vamos a levantar, aproxima-se o dia, o teu dia, e afinal o de todos nós! Nada temas! Se prisioneira, se prisioneiros, as crianças serão destino, sempre!
Teresa Bracinha Vieira