CRÓNICAS PLURICULTURAIS
179. GENERALIZAÇÕES SOBRE O CONSERVACIONISMO AMBIENTAL
Perante o progresso científico, tecnológico e industrial, o conservacionismo ambiental apela à preservação de territórios e espécies naturais, mantendo-os libertos de mão humana.
Daí o apoio e incentivo a áreas protegidas, parques e reservas naturais.
Se assim é, e há necessidade que o seja para bem do nosso planeta, existe uma mutação ideológica no sentido de se insistir na manutenção do adquirido e não na transformação do que já existe.
Esta posição conservacionista em relação à natureza, está a generalizar-se à esfera económica, financeira, política, social, entre outras. Há cada vez mais a perceção, nomeadamente nos países mais desenvolvidos, de que não é possível uma prosperidade permanente, de que não é exequível melhorar o nosso bem-estar significativamente a nível do estado social, segurança e equilíbrios ambientais.
Esta ideologia do futuro que sustenta a defesa do existente, é transversal a todos os quadrantes ideológicos, de direita, do centro ou de esquerda, tendo a sua origem no foro do pensamento ecológico.
Este conservacionismo ambiental, apesar de conservacionista na sua origem, é progressista na sua sobrevivência e luta a ele associada, uma vez que há nele um equilíbrio entre a assimilação e constatação dos factos, por um lado, e a contestação e a necessidade de mudança, por outro.
Assim, esta simbiose também se pode generalizar ao que se convencionou chamar direita e esquerda, dado que ambas são sensíveis e não indiferentes ao conservacionismo ambiental.
A tendência para a conservação do que existe, é premente nos países mais prósperos a nível mundial, não nos subdesenvolvidos ou mais pobres, vivendo estes um momento histórico diferente do nosso, onde aquilo que nós desejaríamos de conservar é aquilo por que eles estão a lutar e querem alcançar.
De todo o modo, mesmo nos países mais evoluídos, este conservacionismo terá de ser repensado à medida que novos estudos forem feitos pelo cosmos, potenciando novas descobertas de uma era espacial que nos levará mais para além do aquém.
14.06.24
Joaquim M. M. Patrício