Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

CRÓNICAS PLURICULTURAIS

  


214. O NÃO VAZIO DA SOLITUDE


Sendo a solitude a capacidade de escolher estar só, enfrenta o silêncio e dá-nos a oportunidade de meditar, pensar e refletir, compreender os desejos e sentimentos mais íntimos e profundos de cada um de nós. Como estado emocional e psicológico que é, não se limita a um estado físico. Exige autoconhecimento, introspeção e maturidade, para nos reconectarmos com nós mesmos.   

Porque decorrente de uma escolha deliberada, pessoal e voluntária, está associada à alegria de estar só, ao invés da solidão, associada à incapacidade de estar sozinho, cujas manifestações se manifestam pela dor, tristeza, sofrimento e vazio.   

O querer e saber estar só, não implica não estar em contacto com outras pessoas, havendo um equilíbrio e uma interação entre a autoconfiança de estar sozinho e a necessidade social de convivência e contacto com os outros.   

Não há um sentimento de vazio na solitude, dado não ser um isolamento forçado sendo, na sua maioria, um estado de isolamento temporário de que precisamos para permanecermos em repouso e nos afastarmos do impulso geral danoso de asfixiar a nossa angústia numa fuga antropológica para a agitação, o ruído e o não pensar, iludindo-nos perante a mortalidade da nossa condição.     

E há tanto trabalho produtivo e singular que a solitude inspirou e produziu, desde   autores, cientistas e inventores clássicos aos atuais, pensadores como Sócrates, Aristóteles, Marco Aurélio, Montaigne, Nietzsche, Pascal, entre outros, que ficaram intemporalmente universalizados, ao contrário de quem vive tão só uma vida repetitiva, embora carregada de ação, emoção e adrenalina, mas sem capacidade e tempo para parar e pensar estando só.  


23.05.25
Joaquim M. M. Patrício

2 comentários

Comentar post