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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

LITIGANTES

 

Sonho sempre que te salvo.

Agora, como então, a sorte decide-se por um efeito paradoxal do amor.

Não cedo a nenhum atrativo. Cedo a ti. O ansiado é proteger-te como a carta que não chega ao seu destino; a missiva entre ti e mim, destinatária, caminho, sempre a caminho.

Digo-te que tudo é também um pedido de absolvição escrito num manuscrito sem que alguém o tivesse escrito.

Tudo é mapa e séria herança. E como a imensa misericórdia do talvez é tão difícil de suportar!

Mas sonho sempre que te salvo.

Para que não me abandones, ou, para que, salvando-te, ofereça eu a minha vida e escape ela do confronto com os destroços do mundo que nunca se constituiu como vitória sobre a morte.

Também, um dia, pela ajuda da diversidade caleidoscópica de um vidente, eu e tu, espreitámos o combate de um tal angulo que vimos a incerteza do juiz a pairar como parte interessada!

No entanto, a grande prece amor, a grande prece nunca consagrou um vencedor.

Verdadeiramente, ninguém domado, ninguém em jaula: ambos condição e já tanto! ou espécie de disciplina no que nos envolve, jeito indefinível da alma, e sempre o que te quero deixar principia no fim, e ao começo fomos perguntando, mas onde estivemos?

De tudo brota, brotou um véu, um andamento, e o que mais conta para nós é o prometimento com a nossa verdade carpinteira.

Como o existir tem sido a metade que só se completa um no outro!

Como em nossa íntima companhia, durante a caçada, fomos!

Amor que tanto ainda hoje preparados!

 

Teresa Bracinha Vieira