LONDON LETTERS
A flag victory, 2014
A matéria heráldica é algo mais que delicado, é motivo em batalha. Um traço desproporcionado na posição e composição do azul, branco e vermelho basta para justificar acesa disputa em solo constitucional. — Oh-là-là. Ferrer la mule et encore garder le mulet! Segundo a imprensa matinal, o HM Government derreteu "a ‘petty’ piece of European Union red tape“. Nada diverso que a remoção do estandarte estrelado nos edifícios públicos. — Like the less a statesman amounts to, the more he loves the flag! O retrato não é ainda integralmente percetível quanto ao negociado e obtido, pois Brussels nega existir tal obrigação. Temo até desconhecer qual das faces da diplomática moeda melhor revela o valor real do soberanismo. Assim: Valham St George e St Andrew, St David e St Patrick.
Eric Pickles é um energético old tory de Wessex, terra de Alfred The Great, saxões e gente livre. Na gene contam a resistência a vikings e outros audazes que ousaram pé nas costas do sudoeste, aqui emergindo a fileira defensiva dos burhs, depois burghs ou boroughs. O Westseaxna rīce e as básicas unidades políticas de England formam o red dragon no coração da Union Jack, que flutua na linha do horizonte e nos postes do Mall. São também um chão fértil para archaeologists — and, also metal-detectorists. Em 2010 David Cameron escolhe o seu MP para o Department for Communities and Local Government. Algures desde então o RH Secretary patrocina curioso documento oficial intitulado Flying flags e recupera a tradição bandeirante nos historical counties, que cobrem o território de Cornwall a Kent, de Pembrokeshire a Yorkshire e Orkney. Agora uns quantos há que apoiam Mr Pickles para futuro UK Prime Minister após remeter o símbolo azul das estrelas para a cave do DCLG, porque por lá existe “spare room.” (—Pardon!?)
Vistas as coisas, a meses do próximo presidente da Comission sair da Germany de Frau Merkel, por estes dias até que o European Parliament anda ocupado com pios inquéritos sobre a Troyka nos países intervencionados da Eurozone e ainda em nobre alinhamento de votos em torno do wildlife crime. Pelas palavras reportadas sobre o statement na House of Commons e a onda de comentários a rolar em Westminster, porém, a iniciativa tem sabor armstrongiano em certos palatos. Daí a nova glória de Wessex merecer citação no Hansard: “Moving forward, this burdensome law to fly the EU flag has now gone. (…) This small step shows our nation can and should claim powers back from Brussels."
As linhas locais do debate europeu têm amiúde trincheiras emotivas que uma desastrada gestão política no continente diariamente aprofundam. Também as rudimenta clássicas ensinam as táticas do divide to rule mesmo antes da deriva imperialista cessada nos idos de March. Reverter a presente desunião arrisca maior dificuldade que mimosos soberanistas mais a bandeira na lapela. O corte seletivo ou o tom furioso na emigração mostram rudeza na rota para o Brexit referendum, mas a Pickles’ parade denota o grau a que o argumentário declina. Soldado experiente em pontes, Sir Winston Churchill nunca negligenciou elementar lição à sua hoste: — “When you have to kill a man it costs nothing to be polite.”
St James, 21st January
Very sincerely yours,
V