LONDON LETTERS
That perfect rock, 1937-56
Um dos golpes de génio de Sir Winston S Churchill, e o senhor teve uns quantos durante uma longa vida pública iniciada como Member of Parliament em 1900, é o de unir as nações e culturas do radicalmente plural British Empire sob uma inexaurível trindade política: a lei, a língua e a literatura. O mais daí adviria. — Chérie, c’est l’harmonie des mots qui demande l’ordre et la construction de la phrase. A linguagem como fonte de poder é ilustrada nos seus quatros volumes de A History of the English-Speaking Peoples, obra que inicia na wilderness de 1937, abre à estampa em 1948 quando Leader of The HM Opposition e ultima no definitivo adeus ao No. 10 Downing Street em 1956. — A good example is half a sermon! Da importância do quarteto explica o 1953 Nobel Prize in Literature, mas da longevidade da fórmula churchilliana conversam o “A” de Archery e Australia, Antigua & Barbuda ao “W-to-Z” do Weightlifting e Wales, Vanuatu ou Zanzibar nos XX Commonwealth Games a decorrer nas West Central Lowlands de Scotland.
A leitura compassada de The Birth of Britain, The New World, The Age of Revolution e The Great Democracies é a fair companion para este instável Summertime que acolhe os 2014 BC Games na bela Glasgow, até com um quê das far way lands discovered and settled by European adventure. A longa maturação da obra assiste à consistency of a political mind e desvenda o quanto as ideias churchillianas compõem a paisagem do pensamento contemporâneo, mesmo sendo aqueles tempos exigentes e o seu agir político diverso do desleixado… kicking the can down the road. Sir Winston narra altos e baixos na aventura comum dos English Speaking Peoples desde 55 b.c.e., com as tropas de Julius Caesar a marchar das densas florestas germânicas às praias abertas de Calais para depois navegarem o bravio English Channel e desembarcarem na ilha ora chamada Britannia, encerrando o clássico no entardecer da coroa global da Queen Vitoria e advento do American friend. Os Britons são súbditos da Roman rule até ao 4th century, após esta bater a espada de Boadicea e ceder às invasões de Picts, Scots e Saxons. Atenção especial dá o autor aos dois séculos entre 1485 e 1688, a Elisabethean Golden Age e os alvores do world's greatest empire. Suaviza o trote também no 17th century, com Marlborough, Blenheim e Ramilles, nas revoluções que arvoram o English Parliament de corpo consultivo do rei a órgão executivo do reino — an arbiter of the highest affairs of State. Com o parlamentarismo de Westminster se entra no ulterior épico de The US Great Republic.
And that is not the end são as últimas palavras de quem visiona uma coligação que preserve Peace and Freedom nos anos negros da luta contra o expansionismo nazi. Os Allies saem da II World War com o objetivo de erguer uma ordem mundial assente em nobre combate — contra os five giant evils: a miséria, a ignorância, a necessidade, a desocupação e a doença. Nos ventos frescos de sucessivas travessias atlânticas alinhava Mr Churchill as suas teses para o pós-guerra Em 1942 dirige-se aos jovens de Harvard University, que o distingue com a Honorary degree. A mensagem é memorável: “Law, language, literature – these are considerable factors, common conceptions of what is right and decent, a marked regard for fair play, especially to the weak and poor, a stern sentiment of impartial justice, and above all the love of personal freedom.”
Em múltiplas ocasiões ecoa o estadista a utopia marítima de uma aliança alicerçada na língua. No 1941 Aug 24 Radio Address presta contas à nação dos tratos estratégicos em Washington: “This was a meeting which marks forever in the pages of history the taking up by the English-speaking nations, amid all this peril, tumult and confusion, of the guidance of the fortunes of the broad toiling masses in all the continents, and our loyal effort, without any clog of selfish interest, to lead them forward out of the miseries into which they have been plunged, back to broad high road of freedom and justice. This is the highest honour and the most glorious opportunity which could ever have come to any branch of the human race.” — Hmm. A great political mind is different when some parts are missing.
St James, 29th July
Very sincerely yours,
V.