LONDON LETTERS
The newest populist politics, 2014-15
A crise de sinceridade que devora os políticos contemporâneos produz os primeiros resultados em Westminster. Um pioneiro Ukipper MP senta-se já na House of Commons e traz consigo a proposta de antecipar o Brexit referendum para June 2015. — Chérie! Il faut casser le noyau pour avoir l'amande. Por escassos 600 votos em Heywood and Middleton mas eleito com 60% em Clacton, RH Douglas Carswell não está acompanhado por outro independentista num first-past-the-post system ora com furo na blindagem. — Hmm, Vit. Very interesting times.Also dangerous, naturally. Os Nobel Committees galardoam os heróis das ciências e nobilitam a jovem Malala no mundo desencantado de espécies invasivas como o Isis ou o Ebola. O Mayor of London recorda no livro The Churchill Factor como e de quê Sir Winston salva Britain nos darks years ao rejeitar, combater e vencer uma alinhada aliança com os Nazis.
Rainy, grey and shorter days cá pelas ilhas. Os Commons vivem um momento alto após novo Ukipanic episode protagonizado por um honorável MP ora apresentado com notabilíssimo election certificate no bar of the House pelos pares Mr Zac Goldsmith e Mr Bob Russell (a Tory and a Liberal Democrat sponsors). O pesado silêncio sossobra aos risos quando o Tory defector saúda a sua anterior bancada, uma e outra vez, na tradicional cerimónia do juramento. Ei-lo de viva voz face à Bible na despatch box: “I, Douglas Carswell, swear by Almighty God that I will be faithful and bear true allegiance to Her Majesty Queen Elizabeth, her heirs and successors, according to law. So help me God.” Se as formalidades respeitam o Reformation and the Supremacy of the Crown Act 1562, bem como o Promissory Oaths Act 1868, memorável é ainda esta estreia parlamentar. Partido até agora nos 3%, os Ukippers elegem o primeiro deputado no Essex com esmagadora maioria de 59,7% após colapso do voto Tory (queda de 28%). Grave: ameaçam a vitória dita segura do Labour Party em Lancashire ao impor a visão de um quase segundo MP no acaso de mais umas poucas portas abordadas durante a dura campanha que elege Mrs Liz McInnes na by election do fim de semana. Ora, a análise revela que as transferências de votos afetam todos os partidos. Se Mr Nigel Farage informara os big three de Westminster que “we were after you,” a mesma mensagem ecoam os constituintes desde a revolta nas últimas eleições europeias. É que, seja qual seja o ângulo, o ocorrido na Toryland de Clacton é histórico, mas é o observado em Red Greater Manchester que assume foro extraordinário e confirma efetiva erupção nas placas tectónicas do eleitorado na Austerity Britain.
O Twitterminster confirma que muitos parlamentares temem perder o emprego num five-party system esculpido pelas vagas do populismo verde ou azul. O sentimento nas ruas é claríssimo: as pessoas não estão dispostas a ser tratadas como cidadãos de segunda por políticos que empregam para dirigir os assuntos do país e os enganam em jogos despudorados de interesse próprio e sobrevivência de facção. Mas nestes dias de leitura obrigatória da nova biografia de Sir Winston Churchill onde Mr Boris Johnson privilegia os menos conhecidos casos vividos nas Houses of Parliament durante os anos da II World War, há mais na maioria silenciosa. Em Democratic stress, the Populist signal and Extremist threat (2013) afirma Anthony Painter: “To see the current political situation as ‘anti-politics’ is a spectacular error. Instead, a new individuality, new forms of social interaction creating new expressions of identity, technology as a driver not simply a catalyst, the rise of a patrimonial politics, and the fracturing of economic security and opportunity, coalesce into a formidable threat to the political mainstream.”
Boas decisões chegam do North, à medida que The Norwegian and Swedish Nobel Committees desvendam o nome dos humanos heróis para 2014. Miss Malala Yousafzai do Pakistan e Mr Kailash Satyarthi da India ganham o Nobel Peace Prize pelos contributos “in helping to promote universal schooling and protecting children worldwide from abuse and exploitation.” Monsieur Patrick Modiano recebe o Nobel Prize for Literature, constituindo-se como doce surpresa a escolha do discreto autor de Rue des boutiques obscures, Un cirque passe e outras obras sobre o regime de Vichy e a perturbação identitária gerada pela Nazi occupation. Com Paris agora absorvida com resistências germanófilas de Brussels à sua gestão orçamental, num singular teste ao limite das eurointerferências nas soberanias, um outro gaulês arrecada o Nobel Prize in Economics. Monsieur Jean Tirole vence pelas teses pós-fordistas da organização e regulação prudencial (ler Theory of Corporate Finance, de 2005), após acesa disputa nas apostas com dois discípulos de Herr Ludwig von Mises: os americanos Mr Israel Kirzner e Mr William Baumol. — Well, that young lady said it all-- and wonderfully. One child, one teacher, one book and one pen can change the world.
St James, 14th October
Very sincerely yours,
V.