Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

LONDON LETTERS

The financial ultimatum 1.JPG

The financial ultimatum, 2014

The financial ultimatum 2.JPG

 

Colocar britânicos e italianos, gregos e cipriotas a financiar alemães e franceses é o alvitre que subjaz à fatura extraordinária de quase 2.000 milhões de euros agora apresentada por Brussels a London pela pertença ao euroclube. ‘Inaceitável,’ afirma o Prime Minister. ‘Injustificado,’ corrobora o Chairman of the Public Administration Select Committee na House of Commons. Surely Sir Humphrey Appleby informaria que “The Foreign Office is terribly pleased, it's just like old times." — Chérie, charité bien ordonnée commence par soi-même. O último ato da Barrroso’s European Commission tanto fratura as chancelarias no continente quanto favorece os separatistas no reino. Em causa está uma £1.7billion extra bill exigida a título de revisão histórica do crescimento segundo estimativas da economia negra. O No. 10 garante que não paga tal valor, nor a sum anything like that. Já o Berlaymont ameaça com multa caso Britain atrase a liquidação à data de December 1. — Hmm! To pay or not to pay, this is the 2015 general election question? Com o Ukip a disparar 4% nas intenções de voto em vésperas da Rochester and Strood by-election, o Labour Party embrulha-se na demissão de Mrs Johann Lamont como líder em Scotland. Já as últimas tropas no Afghanistan saem de Camp Bastion após os 13 anos da “long war.” Her Majesty envia do Science Museum o seu very first Tweet.

The financial ultimatum 3.JPG

Heavy rains and strong winds in the Channel nestes últimos dias de October que recordam o spirit of Fontainebleau, quando Mrs Margaret Thatcher clama pelo Britain’s money back. Ontem foi até um eventfull day para o líder de HM Government. Pela manhã, em Leeds, após a apresentação do speed rail to the North, ao atravessar o passeio em frente ao Civic Centre rumo ao carro oficial, RH David Cameron é literalmente atropelado por um jogger. Ainda que logo detido o atleta acidental, as imagens revelam um corpo de segurança distraído e um ágil PM por segundos abandonado às mãos de sinistra eventualidade. Isto, mesmo após a apresentação do dangerous dossier que é o HS3. À tarde, em Westminster aborda a sensível questão das UK’s contributions to the EU. O Premier formata o debate nos Commons: “I want to be clear with the House how the demand for the UK to repay money has come about, and why the scale and timing of this demand is unacceptable.” Os três itens para a recusa do cheque assemelham o PM a um clarividente homólogo em Yes, Prime Minister: “Although Jim Hacker is pro-Europe, he is definitely anti-Brussels in terms of bureaucracy. He thinks Sir Humphrey is in fact anti-Europe but pro-Brussels.” Uma diferença separa o presente da série da BBC para a qual Mrs T contribui com um script antes do histórico EU Summit. O establishment divide ali posições, mas hoje apresenta raro consenso: "The Berlaymont is a shambles."

Se Brussels age convencida que The UK in the EU não possui mãos seguras em Mr Cameron, tal é o embaraço eleitoral em que o coloca, desconhece-se. Nos media e nos pubs, ressoa comum exclamação: Just get out of it!  Afinal, tudo gira em torno de uma exigência de última hora decorrente de ajustamento técnico baseado em peculiar fórmula de crescimento sobre a marcha da economia real plus drugs & co. Por extenso: a equação envolve estranhos negócios e elenca categorias de rendimento em ramos ligados aos profits without honour. Ora, como o pecado não paga impostos, entende-se a fúria crescente. Ou seja, doar para o Brussels pot algo equivalente a 0,5% do GDP e mais 20% do que o Treasury enviou para a EU no ano passado: simplesmente € 2,1 billion extra bill que a European Commission exige a título de revisão histórica do GNI britânico desde o ano 2002. Mas o absurdo cresce a um ritmo ainda maior. Novas faturas são também enviadas a Rome, Athens e Nicosia, apesar da sua crise financeira. Picante: a fim de os dinheiros serem distribuídos por Berlin e Paris. A demonstrar, todavia, o nothing personal/just business, o ainda comissário-Presidente José Manuel Barroso oferece a Downing Street uma luxuosa edição sobre os 10 anos no Berlaymont. O livro de 600 páginas contém 84 largas fotografias do senhor com os grandes deste mundo, como o Pope ou o Prince de Wales.
The financial ultimatum 4.JPG

Uma publicação interessante é o Social Justice in the EU. A Cross-national Comparison, por Mr Daniel Schraad-Tischler e Ms Christian Kroll sobre “the growing European social divide.” A merecer leitura atenta, nomeadamente nos ever-new record highs of youth unemployment, destaque apenas para uma das conclusões maiores do euromonitor da inclusão: "The gap between participation opportunities in the still-wealthy countries of northern Europe and in the crisis-struck southern nations has thus significantly increased. This is a highly explosive situation with regard to societal cohesion and social stability within the European Union. Should these social divisions persist for some time, or even worsen further, this will endanger the future viability of the entire European integration project."

A gestão política dos riscos de pobreza e de coesão mede-se também noutros quadrantes. Madame Dilma Roussef é reeleita Presidente do Brasil e confirma-se a maioria pró-ocidental no sufrágio da Ukraine, com as US 2014 midterm elections right around the corner. Mrs Hilary Clinton, Mr Jeff Bush e ainda Mr Ted Kennedy afinam aqui as máquinas eleitorais para o seu day at the races. Além do all in the family, na bissetriz surge um dado já histórico segundo a Real Clear Politics: “there are five races where the margin between the two leading candidates is razor-thin — less than a single percentage point. If those narrow margins hold on election day — with the potential of a handful of other races joining them — then 2014 would join only a select few cycles since 1900 with so many tight races.” Uma visão política lida em Whitehall através de lentes humphreyanas: "Oh Minister, let's look at this objectively. It's a game played for national interests, it always was. Why do you suppose we went into it?"

St James, 28th October

Very sincerely yours,

V.