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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

NA CRUZ DO TEMPO

 

O pesado andar do lavrador

É também um cansaço

Coberto de orvalho

Para que água não lhe falte até ao fim

 

Seja o terminar

Um Tempo que dele se esquecerá

Uma dor branca ou grisalha

Que devagar

Desperta em mim

 

Que um outrora teve olhos

Peregrinos

E amou mágoas

Escondendo o rosto

 

Que se aproximou de mim, vem

Indefeso

Numa imensidão de estrelas

Pousadas nos campos

Que para ti plantei

Lavrador

 

E depois solitária

Aguardei

 

No lugar onde o grilo cantava

Que tu

Lavrador

Chegasses não triste

Rosa

Dos meus dias

Caminhando com sandálias de prata

Tão errante de beleza e de cansaço

 

Tão abraço que labuta e morre

E seja eu quem recorde

Estranhas coisas ditas

 

Tu. 

 

Teresa Bracinha Vieira