O VÍRUS
Sim
Está por todo o lado
Debaixo dos pés das pessoas
Nos bolsos dos automóveis
Nos refúgios do ar da velhice
Sim
É uma fúria dissecante
Às crianças afoga-lhes os céus
Cola-se aos mármores dos cemitérios
Dessegura as miragens
Sim
Delira na gargalhada
Que rasga as artes ao meio
E semeia-se
Num qualquer vento
Usando as metamorfoses
Para assediar o medo
Que greta a vida
Mas não sabe
Que um livro fechado
Já se abriu de novo
Soltando as letras
Convocadas
E ao nosso tempo breve e débil
Ordenaram
Dias futuros
Razão por fim
Onde as minhas-nossas
Mãos
Rezam
Teresa Bracinha Vieira