Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

POEMS FROM THE PORTUGUESE

POEMA DE ANTÓNIO CARLOS CORTEZ

  


A palavra eu acredito nela…


A palavra eu acredito nela
Na sua pedra rugosa na sua superfície
De astro inominável como o fogo
A palavra eu acredito na sua sombra
Na sua medida singular
Na sua circunferência exacta quando arde
Na vida com seus animais urbanos
Evolando-se os animais no verbo escuro
Acreditar no infinitivo lodo do seu jogo
E não permanecer na sua cegueira incerta
A poesia quando se rende ao real literal
Ausente da vida que a perfura
A palavra eu acredito nela e na sua luz secreta
Entre o seu fazer e o ser dita na leitura


in A Sombra no Limite, 2004


I believe in the word...


I believe in the word
Its rugged stone its surface
Star as unnamable as fire
I believe in its shadow
Its singular measure
Its exact circumference as it burns
In life with its urban animals
Animals vanishing in the verb’s darkness
To believe in the infinite swamp of its sport
And not dwell in uncertain blindness
Poetry surrendering to literal reality
Absent from the piercing life
I believe the word, its secret light
Between its making and its telling as it is read


© Translated by Ana Hudson, 2011
in Poems from the Portuguese 

 

2 comentários

Comentar post