Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

POEMS FROM THE PORTUGUESE

POEMA DE PEDRO TAMEN

  


Annie Besant


Os falsos deuses sentaram-se em redor
Tal como nas mesas de pé-de-galo
foi preciso chegar aos últimos extremos
foi preciso que o ar ardesse de murmúrios
para que o lápis começasse a mover-se
Não há morte dizia
de um lado e outro do papel
Não há morte dizia
de um lado e outro do papel
são as mesmas vozes o trovão
é o mesmo atroando os ouvidos pois
de um lado e outro do papel dizia
não há morte
Morte há porém no papel onde o lápis
soprado se moveu
Só no papel
só no papel mortalha.


in Analogia e Dedos, 2006


Annie Besant


The fake gods sat down in a circle
As if around a three-legged table
it was necessary to reach the last extremes
it was necessary that the air burn in whispers
for the pencil to start moving
There is no death it said
on one side and the other side of the paper
There is no death it said
on one side and the other side of the paper
the voices are the same the thunder
is the same roaring in our ears for
on one side and the other of the paper it said
there is no death
There is death though in the paper where
the muffled pencil moved
Only in the paper
only in the shrouding paper.


© Translated by Ana Hudson, 2010
in Poems from the Portuguese