POEMS FROM THE PORTUGUESE
POEMA DE PEDRO TAMEN
Lázaro
Que lhes direi agora?
Querem saber isto e mais aquilo
e eu, Amigo, embaraçado
– porque me deste a vida
mas a memória não.
Bem podem cirandar minhas irmãs,
falando alto, preparando o banquete,
mas não calam as perguntas
que não têm resposta.
Sinto-me sufocado:
que lhes direi agora,
se foi tão indiferente
entrar como sair?
Já nem sei afinal
se foi melhor assim.
Que lhes direi agora?
in Analogia e Dedos, 2006
Lazarus
What shall I tell them now?
They want to know this and that
and I, Friend, am embarrassed
– for you gave me life
but not the memory.
You may well bustle, my sisters,
talking loudly, preparing the banquet,
but unanswered questions
cannot be silenced.
I’m suffocating:
what shall I tell them now,
if it was so meaningless
to go in and to come out?
After all, I don’t even know
if it was all for the best.
What shall I tell them now?
© Translated by Ana Hudson, 2010
in Poems from the Portuguese