POESIA
18.
Tenho agora um intervalo entre coisas que não existem.
Íntima,
escolho
19.
As ânsias dos cães
naquele dia de inverno
chumbo
chuva
lágrimas
tudo ao mesmo tempo.
A seguir,
o ar
silencioso
nas trelas
20.
Uma nova ordem do mar
escreveu-me a pergunta
e fui.
Afinal era domingo.
Uma outra espécie de dia igual
ao que tinha iniciado,
aquele mesmo outro, desmeado de emoção
quando parti
21.
E que a arte nos livre do que somos
e que tudo, para este efeito, possa ser arte,
menos o amor.
Este, não farta nem desilude, nem nos livra
do saber
que possuir é perder
a virgindade que não confunde
Teresa Bracinha Vieira