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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

POESIA

O dia de hoje é um dia por si só

  


E como teu melhor amigo venho buscar-te para atravessarmos o bairro pois temos de fazer alguma coisa

O nosso destino não é lugar algum nem tem nome

Nós não existimos lá, lá no nosso destino

Vá, sobe a bordo,

agora o teu lugar no mundo vai reconhecer-te e esperar de ti porque estás a atravessar o bairro que se esvazia

e, no entanto, nós a bordo, com a mesma densidade agora mesmo

Nós no nosso bairro, sim, aqui e as ondas férreas, o seu impacto sem precedentes com todos os riscos em nós, mas nós fortes e saudáveis, sentes, não sentes? mas há uma dormência, uma ligeira dormência no rosto, provavelmente sim, é isso, mas não, não permitas que se mostre acidental a destruição do nosso bairro

pensa o quanto o nosso longo cabelo branco é assimétrico no crescer, é incontido no branco e não há nada mais tecnologicamente sofisticado que se assemelhe à sua condição e causa

Podes crer que a tua companhia fez a diferença, sim

o bairro já põe um pé à frente do outro, a água é água de novo, o dia de hoje é um dia por si só, nada hoje foi como costuma ser, nenhuma dúvida quanto a isso, e sim, safámos o bairro por um triz, sim,

tanto quanto podíamos


Teresa Bracinha Vieira