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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

ROTA DAS CATEDRAIS (I)

 

TU CÁ TU LÁ

COM O PATRIMÓNIO

Diário de Agosto * Número 13 

 

A vida cultural faz-se de caminhos e de percursos vários, que nos permitem conhecer melhor a complexidade e o que é diferente. A muito antiga tradição das peregrinações (per agros) permite encadear as influências – e tornar a História próxima e compreensível. Os povos começaram por ser nómadas e passaram a sedentários. Há vantagens e inconvenientes que todos o sabemos . Também as artes se tornaram sedentárias, sem esquecer, porém, o movimento que sempre as anima. Hoje começamos a falar da Rota portuguesa das Catedrais – em boa hora preconizado e oportunidade para termos contacto com a história da Arte e da espiritualidade como realidades bem vivas. Neste Ano Europeu do Património Cultural (AEPC-2018), falar de Catedrais portuguesas constitui uma demonstração da importância da História viva. Para caracterizar o território e as suas gentes, urge considerar o património como um todo – ligando os valores religioso, histórico, paisagístico e artístico. A Rota das Catedrais é das mais ricas da Europa, e permite compreender as evoluções, histórica, cultural e artística, do que recebemos do passado. Há, assim, algumas ideias a considerar: (a) a referência histórica; (b) a integração no conjunto multifacetado do território; (c) a lógica da afirmação cultural portuguesa ligada à religiosidade popular; (d) a compreensão da evolução, desde a Reconquista ao povoamento e depois  à partida das Navegações; e (e) a ideia de peregrinação, originalmente influenciada pela marca de Santiago de Compostela em toda a Península.

 

Vejamos a Rota de norte para sul: (i) A catedral de Viana do Castelo vem do século XV e segue o gótico tardio. (ii) A Sé de Braga tem a marca do século XI e alberga os túmulos de D. Henrique e D. Teresa – tendo sido enriquecida por D. Diogo de Sousa, com a marca do Renascimento no século XV. (iii) A catedral de Vila Real foi construída no século XV sob o orago de S. Domingos, com influência gótica. (iv, v, vi) As Catedrais de Bragança e Miranda do Douro envolvem três monumentos marcantes: a Sé Nova da autoria do Arquiteto Vassalo Rosa (1935-2018) representa a modernidade, a Sé Velha leva-nos ao século XVI e a Sé de Miranda do mesmo século XVI singulariza-se pela sua imponência. (vii, viii) As Catedrais de Lamego e Viseu, merecem uma atenção também especial – sendo a de Lamego, anterior à nacionalidade (1129) e a de Viseu anuncia o gótico, o manuelino e o barroco… (continua)

 

Diz-nos David Almeida escreveu:

 

«Oh! Cidade sem rio grande.

Oh! Cidade sem Mar.

Não quem há na cidade quem mande

Como a magia do velho altar.

Oh! Bela cidade clerical.

Oh! Bela verde fonte.

Tudo desde a sé Catedral,

Ao bom Jesus do monte.

Oh! Bela minhota.

Oh! Bela cidade calma.

De noite pura e marota,

De dia viva e com alma.

Oh! Bela cidade de vida.

Oh! Memória de estudante.

Apesar da partida,

Braga, serás minha amante!”

 

Agostinho de Morais

 

 

 

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A rubrica TU CÁ TU LÁ COM O PATRIMÓNIO foi elaborada no âmbito do 
Ano Europeu do Património Cultural, que se celebra pela primeira vez em 2018
#europeforculture