ANDRE RIEU
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"My Way" de Frank Sinatra e um violino Stradivarius
Ao lugar adiante da razão disse muitas vezes não, outras, esqueci-me de registar a crueldade, linha torta e fisgada e certeira. Ainda assim o caderno de significados foi sendo também autor do meu percurso, actualidade e luxo, para conferenciar sobre afinidades emotivas e intelectuais. Da paixão, digo que ler, cura a desordem, e do amor, a eterna companhia desprendida é mais perfeita sem mando e sem angústia por estar perdida, do que a suposta moral que se diz fazer a união de um qualquer casamento. De quem solicita ser amado apenas enquanto o deseje, disse, depravação, e não me comovem as consequências do deus de um só. O escritor vive e morre ligado ao tempo e sua consequência. Qualquer solução não é finalidade, afinal mesmo em férias, procura o mistério das coisas e tem sempre 200 anos em relação à sua época, episódios de vida nunca confessáveis e também uma profunda certeza do efémero. Cervantes servia a um rei, não sei qual, mas tal como às lágrimas foi-lhe fiel, a ele, até à morte. É assim, ruge uma verdade na música do poema do poeta para poder ser tocada por um violino a gerações insaciáveis, gente de rascunhos ou daquelas que não saberão nunca quais são as fontes onde e aonde não nos entenderemos nunca.
Como My Way merece a sorte que tem!
Terá razão Valléry e poderá o pensamento ser um erro do Universo? Uma morte antecipada ou a flecha alada do sentir- saber, o quanto o saber são sonhos, e que estes tendem a ser breves, mesmo pela mão de um Stradivarius.
M. Teresa Bracinha Vieira
Julho 2015