Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
A poesia nasce de um saber desconhecido e, na nossa tradição e nos nossos dias, sob condições de aparente irrealidade linguística, cria, em si mesma, uma realidade que, simultaneamente, é também conhecimento do inicial saber desconhecido. Antonio Gamoneda
A realidade da poesia é, e está na minha vida, como está o meu sangue. É algo que sinto como biológico também.
A poesia sempre me causou uma fortíssima emoção e ativou os meus pensamentos de tal modo que, tornou reconhecível o desconhecido, e o incompreendido foi descoberta.
A poesia nunca me surgiu como algo quase milagroso, ela surge-me real demais para o ser e maravilha-me pela existência grande e misteriosa que me propõe.
A poesia elevou-se em mim, como algo intensíssimo que me fazia e faz sentir acolhida num outro lado, sem a necessidade de o explicar.
A poesia ensinou-me a ler mundo de um modo tão privilegiado que tudo se alterou decisivamente na minha vida: felicidade e dor, mães das cores e das falas. Eis.
É curioso que nunca pedi esclarecimentos à poesia: sempre me bastou sentir que instantaneamente ela e a música se habitavam em cocriação.
A linguagem da poesia – assim a sinto - é externa à linguagem conversacional e ela também não é ficção. Sei que da poesia não se tomba e não o sei dizer de outo modo. O poema vive sem se degradar.
A poesia é expressão com paixão e prazer.
Mesmo muito antes de entender o significado de muitas palavras, senti que algo me surgia que era um dentro da mim, e que, lá, num lugar que eu conhecia e entendia, a experiência surgia nova de cada vez, e isto era poesia para mim. Algo acontecia comigo que eu nunca pretendi definir.
A poesia é não nominada, mas é uma forma de existir.
Da poesia, também faz parte a memória que desconhecia ter e a outra que sabia ter, mas desconheci, durante algum tempo, ter a poesia o poder de ser tão natural quanto a obra de arte.
Quando eu partir, bem creio que antes não tive de forçar nenhum sonho ao contrário.
Deus!, que cedo ou tarde a enxada-poeta quebrou a pedra e intacto, ao lado, o vitral.