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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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OS TEATROS NUM LIVRO SOBRE JORGE AMADO

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Foi recentemente editado em Portugal um extenso livro de Joselia Aguiar intitulado “Jorge Amado - Uma Biografia”, em que se descreve e analisa, ao longo de mais de 600 páginas, a vida e a obra do grande escritor brasileiro.

Independentemente das apreciações positivas e elogiosas que o livro evidentemente merece e amplamente justifica, importa agora evocar as referências aos teatros que, ao longo de dezenas de anos, apresentaram parte da obra dramatúrgica do escritor, um dos mais relevantes da literatura moderna brasileira.

Há que referir, entretanto, que o livro engloba não só a vasta produção literária de Jorge Amado, como as conotações epocais que envolvem a obra e obviamente a biografia e o historial respetivo. E nesse sentido, é oportuno desde já salientar que, independentemente de apreciações que se possam fazer do estudo em si mesmo e até da vida e obra que descreve e analisa, haverá que reconhecer a qualidade do livro e a oportunidade da publicação, no que concerne à dramaturgia do grande escritor, que Jorge Amado sem dúvida sempre como tal será justamente reconhecido.

Jorge Amado (1912-2001) completa e de certo modo prolonga a sua vastíssima criatividade literária sobretudo romanesca, de qualidade, projeção e prestígio indiscutíveis, com uma dimensão também dramatúrgica, expressa e assumida como tal num conjunto de peças que Joselia Aguiar cita e evoca. Mas sem efetuar aqui e agora a apreciação critica das peças em si, importa referir então os teatros citados no estudo, pois neles encontramos uma expressão significativa da infraestrutura teatral em que a obra cénica de Jorge Amado se exibiu, se desenvolveu, ou que direta ou indiretamente influenciou.

Sem entrar obviamente em detalhes, e salvaguardando novas abordagens que a dimensão do livro amplamente justificará, referimos, pois, os principais teatros citados, sem excluir evidentemente novas referências. Mas deste já se aluda designadamente aos seguintes Teatros, salas de espetáculo e movimentos de espetáculo teatral-cultural referidas no livro de Joselia Aguiar, cruzando com a vida e obra de Jorge Amado, e isto abrangendo a longa e variada existência cultural e política ao longo de dezenas de anos, no Brasil e em outros países.

Assim, designadamente e não exaustivamente, pois como dissemos ainda não concluímos a análise do livro:

Teatro Castro Alves, Teatro Gamboa e Teatro Vila Velha, de Salvador da Bahia; Teatro Nacional de Praga; Teatro Nacional de Tiblisi; Teatro Oficina; Cine Guarany; Cine São Jerónimo e Clube de Cinema da Bahia, além de outras intervenções de menor referência.

Estes aqui citados são Teatros - edifícios. Mas sobre Teatro criação, literatura e espetáculo, outras evocações e análises surgem ao longo do vasto e valiosos estudo, que estamos a ler e ao qual voltaremos em crónica posterior.

 

“Jorge Amado - Um Biografia” de Joselia Aguiar
Edição portuguesa: Publicações D. Quixote Editora, 2019
Edição brasileira: Editora Todavia, São Paulo 2018

 

DUARTE IVO CRUZ     

 

UMA NOVA BIOGRAFIA DE SOPHIA

 

Já fizemos referências ao centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) e às celebrações no Centro Nacional de Cultura, onde tiveram lugar sucessivas evocações e análises biográficas e literárias da sua vida e obra.

 

Nesse contexto, assinala-se agora a edição do livro de Isabel Nery sobre Sophia, que no mês de lançamento (maio de 2019) alcançou duas edições.

 

A qualidade desse vasto estudo de Isabel Nery cruza a extensa e intensa biografia pessoal e familiar com a obra criacional e com o contexto político e literário, numa perspetiva que, no ponto de vista do teatro e dos teatros, e também das entidades culturais e de quem as presidiu, constitui um notável panorama do contexto da vida e da sociedade portuguesa.

 

E nesse aspeto há que assinalar a evocação e descrição do Centro Nacional de Cultura a que Sophia presidiu e que mantém uma ligação institucional e cultural, amplamente descrita e documentada, que se prolonga, no livro.

 

Merecem destaque as referências que são feitas por Guilherme d’Oliveira Martins, tanto à obra de Sophia em si, como às implicações políticas e judiciais que, durante décadas, foram  aludidas.

 

São sucessivas transcrições de poemas que conciliam a extraordinária qualidade literária com a afirmação histórica, politica e ideológica que sempre marcou a vida e obra de Sophia e do marido Francisco de Sousa Tavares. Conciliando o progressismo com uma visão ideológica ligada à modernização da História e dos regimes políticos.

 

Em todos estes aspetos entronca a ligação de Sophia e de Francisco ao Centro Nacional de Cultura, amplamente documentada neste livro de Isabel Nery, que, além do mais, refere não só o CNC como cita fases e sucessivas direções até à atual. E transcreve intervenções sobre política cultural, designadamente na AR.

 

E na lista de publicações, surgem referências a traduções de Claudel, de Shakespeare, de Eurípedes, que marcam também a intervenção de Sophia de Mello Breyner Andresen no âmbito do teatro, como aliás referimos nos artigos anteriores sobre Sophia.

 

(Isabel Nery - “Sophia de Mello Breyner Andresen” ed. A Esfera dos Livros 2019)

 

DUARTE IVO CRUZ