Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
Venho de Londres, com os ouvidos cheios de argumentos racionais e irracionais, sobre o futuro que o Brexit reserva aos nossos amigos da Velha Albion.
Para já, percebi, entre tudo o que ouvi, que são mais as dúvidas do que quaisquer certezas. Mas em nome da coerência e da aprendizagem, posso, em traços muito gerais, expor-vos uma discussão que considerei algo absurda, em que o tema se tornou subitamente tão duvidoso sobre o que dizer ou fazer. E isto é tanto mais complexo e quase absurdo, que podemos estar um dia inteiro à procura de onde podem estar os interlocutores que procuram racionalizar o que pensam sobre tão inusitado tema. Comecemos pelo princípio. Entre os meus amigos, há representantes de todas as posições e atitudes. Mas posso dizer-vos que neste momento a atitude típica dos ilustres membros da Albion é não dizerem o que pensam, e pensar o que não dizem… Mas há mais, muitos dizem o que não pensam e pensam o que não dizem… Raros pensam o que dizem, e dizem o que pensam… Como costumava afirmar o meu velho Coronel Clifton, vive-se uma verdadeira trapalhada, plena de simulações e dissimulações. O mal foi o Senhor Cameron ter-se lançado de um avião em andamento sem paraquedas. O resultado foi aquele que a racionalidade impõe. O desastre aconteceu mesmo. Mesmo que ele, Cameron, a meio caminho, antes de se despenhar tenha dito “so far so good”. De nada lhe valeu esse derradeiro ato de fé. Descansa em Paz. Não houve retórica que salvasse a pura lógica a que Chesterton chamaria um figo. Mas vamos por partes. O não dizerem o que pensam, como John Bull, é natural. O pensar o que não dizem é uma consequência desse absurdo. Já o dizerem o que não pensam é uma atitude contra natura. Mas que dizer quando vivemos invadidos de fake news, como aliás já aconteceu com o famigerado referendo? E o pensar o que não dizem é algo que tem a ver com aquilo que um companheiro que se assemelhava a Mickey Rooney costumava dizer – “quando falta vontade e a indiferença prevalece, passa a valer tudo”. Uma notícia falsa mais não é do que fingir que é verdadeira, mesmo não o sendo. E esse companheiro antigo resumia tudo à filosofia do tanto se me dá. Acontece, porém, que essa indiferença não passa da seguinte consideração, só possível numa sociedade profundamente dividida – como ouvi num dos jardins de Oxford há poucos dias: se foram os velhos a votarem a saída, o que vai acontecer é que eles, por ordem natural das coisas, vão mais depressa para os cemitérios, e como aí deixam de votar, um tempo surgirá em que serão os jovens, que durarão mais tempo e que, portanto, terão de encontrar a solução prática para dar o dito por não dito. Eu sei que eles são muito pragmáticos em mudar acontecimentos. Resta, assim, esperar… O cinismo desta atitude não me convence, porém. Em bom rigor há quem não tenha tempo para essa espera. E isso obriga a apressar as coisas… Eis a encruzilhada do momento! Ninguém se entende. E a Albion vai-se tornando cada vez mais irrelevante. Eis onde isto parece ir parar. Por mim e agora, vou para o jardim, que é tempo de experiências florais – e aproveito para citar um poema de Fernando Echevarría, o inolvidável…
Vinham rosas na bruma florescidas rodear no teu nome a sua ausência. E a si se coroavam, e tingiam a apenas sombra de sua transparência.
Coroavam-se a si. Ou no teu nome a mágoa que vestiam madrugava até que a bruma dissipasse o bosque e ambos surgissem só lugar de mágoa.
Mágoa não de antes ou de depois. Presente sempre atual de cada bruma ou rosa, relativos ou não no espelho ausente.
E ausente só porque, se não repousa, é nome rodopio que, na mente,
O sentido de alguma coisa está na sua relação com outra coisa: o Brexit é uma significação? Um conteúdo?, face a?
Que se interpretem estas minhas palavras como mero desabafo face à realidade do Brexit, sem qualquer pretensão de com elas dar a conhecer, mais do aquilo que mendiga, este «écran-circo» que, para mim, eleva a voz da absurdidade, num mundo tão carecido de pontes e de uniões, de conhecimento e de culturas, para que se inicie um travão, pleno de conduto, ao sofrimento e à desigualdade que vêm impondo como caminho único, o destino dos homens.
Tenho dito muitas vezes que esta Europa para ser a Europa de um sonho, ela teria de ser melhorada desde o seu nascimento. Ela teria de ser aperfeiçoada, e aperfeiçoada desde o momento que, começou a agredir o seu próprio povo e a abster-se de saber mais do resto do mundo do que o código de barras que a maioria das notícias lhe leva a casa.
A partir do exato segundo em que os seus cidadãos se apressaram a convocar a U.E. apenas para aumentar a rentabilidade dos seus discursos, verdadeira galeria de seivas mercantis, aceites para encobrir o núcleo para onde escorrem a fim de contaminarem o sucesso da Europa, eis que se aponta o dedo a uma Europa de luz trémula como se a multidão que a compõe não constituísse muito da aparência sem essência, ora olhando representações de saque, ora restando-lhe desejados cenários de impunidade.
Então pergunto: será que o discurso de hoje não é também uma maneira de romper com o diálogo e fugir assim às responsabilidades não assumidas?
Vejo o Brexit como se naquela G.B. ninguém quisesse saber da importância das relações internacionais, num mundo globalizado. Como se naquele parlamento não existisse consciência de que as instituições internacionais se relacionam na ótica unida de espelharem soluções maturadas e não conflitos acanhados, como se esse fosse o cenário preferível, ao aperfeiçoamento desta U.E. numa terminologia internacional.
A União Europeia está a lidar com grandes desafios políticos como a crise dos refugiados e a própria zona euro. Não se nega que existem descontentamentos, mas o populismo e o nacionalismo que suscitam o lixo em tantas realidades no mundo que nos cerca, não renunciam à destruição dos valores fundadores da U.E. enquanto meta-mercadoria que se ajusta à guerra num jogo trágico que nada detém.
É preciso estarmos mais atentos a certos países da U.E., mas, se o Reino Unido entender que pode decidir sozinho uma realidade de relações internacionais com consequências globais, é para mim, atitude tão míope, tão corrodente à sua própria realidade que, estou convencida de que estes não são os seus interesses sequer. Mais insegurança, maior desprezo por aqueles que já estão em pior situação e que serão os mais afetados, numa zona de estulta xenofobia e racismo, não gera apetência por uma sociedade internacional vizinha da solidariedade.
Aquilo a que tenho assistido, parece similar ao sentir de um país que no voto do Brexit assume um ato de quem parece nunca se ter acertado com seu próprio passado. Se é certo que qualquer país pode abandonar a U.E. como é possível que tenha sido a G.B, que submete a referendo essa decisão, depois de uma discussão tão pobre que, por óbvio, teria sido melhor resolvida se o tema tivesse sido menor e mais específico e com real desejo de ser obtido e não com real desejo de teatro político a conquistar os pequenos poderes que somados até a Irlanda esquecem.
Os dias correm tristes. Se este é o mais grave desafio do Reino Unido depois da Grande Guerra, pois que Theresa May revele a tolerância com que a U.E. tem tratado a G.B. nestas negociações inerentes ao Brexit, e, não faça crer que as atmosferas alteradas que enfrenta, são pelo grande motivo das negociações do Brexit, antes esclareça que se o sentido de alguma coisa está na sua relação com outra coisa: o Brexit é uma significação? Um conteúdo?, face a?, Sra. Theresa May?
Saving Penka, Trade Games, and… The Armageddon, 2018
O nome da vaquinha é mimoso. Já a denominação do mágico círculo de pensadores em Whitehall é simplesmente fantástica. Uma e outros enfrentam dificuldades com as fronteiras europeias. Penka arrisca sentença de morte, apesar de prenhe de três meses, por atravessar o seu pasto na Bulgaria para o verde da Serbia sem passaporte veterinário. Valha ao bovino a generosidade disponível para lhe pagar pela vida. Vacilante está também o destino do Inter-Ministerial Group on Preparedness. Reunido pelos Tories para operacionalizar a retirada do reino da European Union, descobre-se no Sunday Times que o grupo de senior civil servants antes se ocupa a desenhar uma tela para as cúpulas de Westminster: a Doomsday Brexit.
Nada menos! — Chérie! Les conseilleurs ne sont pas les payeurs. Não bastara os explosivos cenários para o dia 20 March 2019, eis que chega ao 10 Downing Street outro dossiê fracturante. a expansão do Heathrow Airport. Aqui e acolá, a Prime Minister Theresa May conta votos pelas bancadas parlamentares. — Hmm. Who controls the future? Saudando June e jet-ing around, o EU Chief Negotiator Monsieur Michel Barnier aterra em Hungary. Berlin desloca a atenção de Paris das reformas na Eurozone para planos militares. Spain diz adiós a Mariano Rajoy entre fumos de corrupção e eleva os socialistas do Señor Pedro Sánchez ao poder. Italy também tem novo governo, eurocético, com o Professor Giuseppe Conte na liderança da coligação 5Star + Liga. Washington antes reinventa a diplomacia ao declarar guerra comercial aos aliados, impondo taxas de 25% nas importações de aço e de 10% no alumínio. O Canada promete represálias “dollar for dollar” e a European Union retalia com altear das tarifas no “bourbon, peanut butter & Harley Davidson motorcycles”.
Warm and somewhat rainy days at Central London. Ontem foi dia de um minuto de silêncio para recordar as vítimas dos atentados de há um ano, com o estado de alerta terrorista em nível crítico. Mas abrindo a melancolia da manhã com o Home Secretary RH Sajid Javid, as Sunday Politics acabaram dominadas por mais uma de muitas fugas de informação em Whitehall. A info passada ao Times trata da Brexit, para invariar, mas, para variar, espanta. Daí a necessidade de preâmbulo. Compreende-se o estado de espírito em volta. A luz apresenta-se laranja desde Trafalgar Square, tantas são as fantasias esfumadas ao longo da A3212 Road de um final de carreira em Brussels onde a máxima preocupação seria apurar qual a dimensão do iate para navegar pelas ilhas gregas. Os autores do relatório serão eventualmente os mesmos, ou próximos, daqueles que conceberam as teses da guerra e recessão com que o anterior Prime Minister David Cameron a todos flagelou nos últimos dias da campanha euroreferendária. A litania entrou na história política como… Project Fear. Depois deste original, que se supõe da autoria do ex Chanceler of The Exchequer, o ilustre George Osborne, houve incontáveis sequelas ‒ entre o declinar das reformas solarengas para os mais velhos e o fim das viagens pela cultura europeia para os mais jovens, vedados de aceder ao continente. Nenhuma pintura houve como esta agora, todavia, dada a desmesura dos espantalhos para assustar a passarada da Land. Por maior, também, porque colorida com tintas do Department for Exiting the European Union, que se esperaria a executar o que determina o nome, not missing the point, quando faltam 299 dias para a saída do reino do Clube dos 27.
O aranzel recebe os MPs em Westminster, após pausa de dez conspirativos dias e com o voto da EU Withdrawal Bill agendado para a semana na House of Commons. Impressiona. Afigura-se até inspirado no derradeiro livro do New Testament of the Bible e os seus Four Horsemen of the Apocalypse trazendo a pestilência, a guerra, a fome e a morte. Sublime cortesia dos senior civil servants que assistem o Secretary of State for Exiting nas sensíveis negociações bruxelenses, nenhum outro senão um dos Brexiteers mores, Rt Honourable David Michael Davis, eis uma fantasmagórica Doomsday Brexit pincelada numa única frase: acaso o United Kingdom saia da Other Union com um No-Deal, como nesta passada pode acontecer, e haverá escassez de medicamentos, combustíveis e alimentos; o porto de Dover colapsará em 24 horas e os ilhéus sofrerão em hospitais, tremerão de frio nas casas e deambularão famintos pelas cidades e campos; a inevitável luta que se seguirá é deixada à mente de cada qual. Sério que não é ficção do Times. O relatório do DExEU traça três cenários: “a mild one, a severe one and one dubbed Armageddon.” Na segunda janela futurista, “[t]he supermarkets in Cornwall and Scotland will run out of food within a couple of days, and hospitals will run out of medicines within two weeks, [… and] we would be running out of petrol as well.” Yowza! Isto é que é ter imaginação constitutiva. Garanto que, ao divisar o descritivo, tombei num clássico da BBC para ouvir saudoso Permanent Secretary: ‒ “How very courageous, Minister.”
É bom saber que nada como o funcionalismo de Whitehall no how to guide ministers to making the right decisions. Tal qual o acrónimo IMGP dos thinking heads, onde, convenhamos, o termo preparedness é o máximo face ao brexitar e se destina a impressionar os talking animals & others, semelhante argumentário apocalíptico faz juz à lógica imbatível de Sir Humphrey Appleby na defesa do status quo. Recordareis a gama no trabalhar da filigrana ética do eleito em Yes, Minister.
Deparasse RH Jim Hacker com etiqueta de “a brave decision” e desbarataria votos, ouvisse o governante ser a opção "courageous" e condenava-se a perder a eleição. Os cenaristas do DExEU têm futuro nas artes, embora distópicos. Dalém Atlantic vem interessante exemplo. Depois dos Obamas, Barack e Michelle, é agora o antigo US President Bill Clinton que explora novos rumos a partir da sua vivência política. O antigo inquilino de Pennsylvania Avenue é coautor com o bestselling novelist James Patterson de um Summer thriller intitulado The President is missing. Do livro nada escrevo, porquanto só hoje entra nas livrarias e dele só conheço a capa banal. Anoto, sim, que este peculiar dueto ajustou um acordo comercial com a Showtime, para a estória da White House passar ao celulóide. — Yay. But better keep in mind another fine advice of Master Will in Julius Caesar: — “There is a tide in the affairs of men, / Which, taken at the flood, leads on to fortune; / Omitted, all the voyage of their life / Is bound in shallows and in miseries. On such a full sea are we now afloat; And we must take the current when it serves.”
É claro, também, no palco político-diplomático do mundo,que os discursos se assemelham, cada potência se declarando alvo de perseguição pela outra, e vítima de conspirações sucessivas. Estamos em pleno teatro trágico-cómico, de que o episódio Skripal (ainda por cima o homem, ao que consta, era espião duplo...) é lamentável cartaz e nem sequer serviu cabalmente para escamotear os vários e graves problemas, que o Reino Unido tem com o Brexit, quer internamente (Escócia e Irlanda do Norte, entre outros; ou o da crescente percentagem de votantes "sim" que hoje se sente aldrabada no referendo), quer externamente (se os parceiros europeus do RU se sentem desagradados, o Brexit encontra dois aliados (promotores?) estranhos: EUA e Rússia). Além disso, quiçá tivesse sido mais prudente, e certamente mais inteligente, apontar-se sem formar culpas o gravíssimo incidente de tentativa de homicídio com arma internacionalmente proibida e reclamar-se a condenação internacional do mesmo, solicitando-se a organização de esforços convergentes de investigação de responsabilidades, que envolvessem todos os possíveis suspeitos. Mas preferiu-se a precipitação e o arremesso de culpas não substancialmente provadas (ainda por cima, ao que consta, o tal gás também já poderá ter sido fabricado no RU...). Bem estiveram o Presidente da República e o Governo de Portugal, tal com muitos pensadores independentes, como Jaime Nogueira Pinto, que se pronunciaram pela independência de juízo portuguesa. Não sou, nem quero ser, comentador político. Ao conversar epistolarmente contigo, Princesa de mim, falando destes temas, procuro apenas olhá-los caleidoscopicamente. Assim, sobre o caso Skripal em geral, e a posição até agora assumida pela diplomacia portuguesa. E não esquecendo que Theresa May talvez se tenha lembrado de Margaret Thatcher que, nos finais dos anos 70, para distrair a opinião pública da dureza da sua política relativamente aos mineiros grevistas, ressuscitou o caso Anthony Blunt, que chegara a ser conservador das coleções de arte da Coroa britânica e professor consagrado e condecorado, mas fora comunista na juventude, e não só, mesmo chegando a ser espião por conta da URSS, em tempo de guerra.... [Ele pertencia, tal como Kim Philby e Guy Burgess, ao célebre Grupo dos Cinco de Cambridge]. Tal como tenho memória fresca de notícias sobre a brutalidade com que Putin pode tratar oponentes e adversários...
A chamada "Guerra Fria" sinalizava um clima de tensão entre duas grandes potências e seus respetivos aliados, cada grupo constituindo um bloco ideológico, político, económico e militar, em que, felizmente, a diplomacia ia tendo umas oportunidades de intervenção, sobretudo devido à memória amarga que, de um lado como do outro, os povos guardavam da barbárie da 2ª Grande Guerra, bem como à consciência generalizada de que qualquer conflito à escala global poderia implicar o recurso a armas nucleares, cujo poder de destruição, até essa altura, "apenas" fora testado em Nagazaki e Hiroshima, pelos americanos. Foi-se, pois, fazendo friamente a guerra, como quem joga num tabuleiro de damas ou xadrez, colocando agentes e conflitos em palcos alheios. E fazendo batota, claro, cada jogador dispondo redes de espionagem e procedendo a "execuções" cirúrgicas, independentemente de se ser ditadura ou democracia a dar ordens: entre muitos outros, incluindo franceses e israelitas, e não só, foram-se celebrizando KGB, CIA ou M15 e 16... A autêntica competição, todavia, situava-se sobretudo na corrida ao armamento e no desenvolvimento das tecnologias inerentes ao complexo militar e industrial, designadamente no domínio espacial. Em tudo isto, o que contava era o campeonato, as ideologias eram para esquecer. O problema maior, para cada concorrente, era o financiamento da aventura. Neste capítulo, o capitalismo liberal mostrou-se mais capaz de resultados do que o capitalismo estatal. E, para o que ao tema nos traz, Princesa de mim, não foi despicienda a participação de um maior número de democracias na globalização e incremento das trocas comerciais. A vitória "ocidental" deveu-se ao desafogo económico conseguido, que não só beneficiou os países participantes, como fomentou um mimetismo político-económico na zona comunista, assim levada a promover glasnost e perestroika...
"Roma e Pavia não se fizeram num dia", tampouco se desfazem, de hoje para amanhã, mazelas e cicatrizes deixadas pela "guerra fria"... Mesmo no subconsciente popular vão ficando referências como "Europa de Leste", mais com carga ideológica e política, e até de sinónimo de barbárie, do que simplesmente apontando um posicionamento geográfico... Por essa e outras se vai mantendo um clima mental de guerra fria, apesar do fim do bloco soviético e do crescimento de relações a vários níveis e em muitos campos, desde a agricultura ao comércio, das infraestruturas aos combustíveis energéticos, artes e futebol. Curiosamente, aliás, os maiores investimentos financeiros em clubes de chuta a bola muito populares em países como o Reino Unido, a França, etc., têm acentuada origem em magnates árabes, chineses e...russos! E olhemos para as bandeiras nacionais dos países de leste, alguns dos quais hoje membros da UE, que ostentam símbolos heráldicos de passadas monarquias e impérios (reparaste, Princesa, nas cruzes e águias bicéfalas exibidas sobre edifícios públicos de Moscovo e S. Petersburgo?), e prestemos atenção às razões que levam alguns deles a eleger governos nacionalistas que, no "ocidente", seriam de direita-direita. Sofreram quase meio século de dependência e humilhação, não tiveram, depois, como a RDA, uma outra metade abastada no lado de lá (de cá, para nós) que os ajudasse a mais fácil integração num regime socioeconómico diferente. Ainda por cima, tiveram de passar por crises de confiança e identidade... As sociedades não se transformam por toques mágicos nem eletrónicos ou informáticos. Os povos, além de resistentes, são resilientes (qualificativo que, como bem sabes, Princesa de mim, é hoje empregue pelos nossos políticos com significação algo confusa...). O fim da "guerra fria", Princesa, permitiu e promoveu uma corrida aos armamentos mais alargada, a emergência de mais potências regionais, algumas com tentações evidentes de interferência a nível global... A guerra mundial de hoje é, como foi na "guerra fria", uma semear de conflitos parciais, com a diferença de que as grandes potências - que sofreram revezes, como os EUA no Vietnam e a URSS no Afeganistão - têm agora de procurar fomentar alianças ou blocos regionais, retirando os seus próprios peões da liça : pensa, Princesa, no recente entendimento russo-turco-iraniano sobre a Síria, em simultaneidade com o anúncio de retirada de Trump.
Mas também guardo, para carta por seguir, uma reflexão sobre a Europa e o que nela já foi, é hoje, e poderá ser ocidente e oriente, sem esquecer essa ideia inicialmente alemã da Mitteleuropa (título do livro do geógrafo Joseph Partsch, publicado em 1904), que até serviu para desenhar um espaço político a separar a Europa da Rússia, nação europeia, cujo estado ocupa o maior território nacional do mundo, quase todo na Ásia, de que a Europa apenas é uma península dela separada pelos Urais...
A new centrist party, wise birds & a little if, 2018
Os episódios assemelham-se a aventura digna da ilustre mente de Mr Sherlock Holmes. Organizadores anónimos de um novel partido centrista no reino, chame-se-lhe o £50m Party, buscam sigilosamente há já um ano um Monsieur Emmanuel Macron britânico para encantar os ilhéus em branda aventura política; a inquirição sobre a misteriosa tentativa de assassinato de um espião duplo em Wiltshire (England) progride com prodigioso milagre e teia de hipóteses na matriz do whodunit; mesmo as
linhas telefónicas da LBC quebram nas conversas mais interessantes que voam no éter sobre a autoria do bárbaro ataque químico na cidade de Douma (Syria). Uff! Convenha-se que só o consulting detective de Sir Arthur Conan Doyle estará à altura de descodificar o puzzle deste mundo perigoso. — Chérie! Pierre qui roule n'amasse pas mousse. A guerra de palavras entre US e a Russia atinge grau ameaçador no UN Security Council. — Umm. We never know in these days. Após uma cirurgia aos 96 anos, o Duke of Edinburgh regressa a um Buckingham Palace atarefado com o casamento de Harry of Wales com Meghan Markle. Her Maj brilha na ITV. Em Ankara, Mr Recep Tayyip Erdogan adota o uniforme militar. Na Korean Peninsula é a pop-diplomacy, com o President Kim Jong Un a assistir a concerto do South em Pyongyang. Beijing impõe tarifas aduaneiras a importações americanas na ongoing trade war e Moscow retalia The West expulsando 150 diplomatas de 28 países. Mr Viktor Orbán triunfa em Hungary com terceira maioria eleitoral. Agudiza-se o diferendo legal entre Brussels e Warsaw.
Light rain withint breezy weather at Central London. Com o Parliament in recess, eis doce pausa na série dos hectic days que pautam um ondulado Winter em St James. O tempo livre estimula o apetite cultural. É o guarda chuva para passeios em volta que afinal triunfa, em persistente peregrinação a Trafalgar Square para observar as coloridas gentes e o detalhe do Assyrian God que ali escolta a estátua de Lord Nelson depois do original ser reduzido a pó pelo Isis em Nineveh. Os palcos desajudam a ementa variada, quando os tambores de guerra rufam na paisagem global. O laureado Hamilton continua inacessível, agora com sete Olivier Awards alinhados na apinhada bilheteira do Victoria Palace. Os Macbeth encenados na pós Brexit Britain não atraem nas colunas dos dear critics cá de casa. No National do South Bank há espectáculo de “horror of violence,” segundo Mrs Ann Treneman; no Royal Shakespeare Theatre, aquém do privilégio de subir a Stratford-upon-Avon, o Times informa que só ali se vislumbra uma personagem entre fantasmas: Ms Niam Cusak, sereia na pele de uma Mrs M “urging her man to get a move on with the business of murder!” Admirável e a rever, sim, é o bem humorado garden tour de Sir David Attenborough na ITV ‒ “The Queen’s Green Planet.” Aos 91 anos, wise old birds, ambos são esplêndidas criaturas desta ever green Land. Pormenor floral é existir planta named in honour de Her Majesty: a fresca e exótica floribunda rose.
A saga do Brexit prossegue a pleno vapor, somando-se os sinais de give in nos setores relutantes. Game over! Or simply time for temporary truces? A Prime Minister viaja aos países nórdicos, com os eventos na Syriana a obscurecerem a agenda diplomática do No. 10. Não de todo, porém. A ala eurocética adverte em surdina que Downing Street negoceia acesso às águas territoriais junto das EU fishing nations, como “bargaining chip” no acordo comercial entre as duas uniões. Em Denmark e Sweden, deixa RH Theresa May uma mensagem clara mas para Damascus &co: “the [President Bashar al-Assad's] regime and its backers, including Russia, must be held to account.” Alinha-se com Washington e Paris. No reino, líquidos à parte, recorda-se a traumática aventura iraquiana em debate aceso sobre a legitimidade ocidental para hastear a bandeira dos direitos humanos. Se os meios militares preparam a próxima guerra no Middle East à distância do “little if” quanto aos resultados da UN na inquirição em Douma, a conversa na cidade circula ainda em torno de vaga de knife & gun night crime a par de curiosa notícia na honorável Press. Procura-se um neo Tony Blair a la mode Macron nas nações do UK e para tal sigilosa “network of entrepreneurs, philanthropists and donors” disponibiliza £50millions. A iniciativa indicia algo em Westminster: que os moderados estão para além do ponto de resistência no Corbyn Labour Party, tal qual os Tories eurófilos descrêm de útil aliança com os Liberal Democrats nas 2022 Elections. So, probably, a move for the birds!
E… boas vindas à Delt∆Poll, a mais recente empresa britânica chegada ao mercado das sondagens. A estreia no local intelligence mining ocorre no Observer deste Sunday em torno de tema quente: a extensão com que o antisemitismo é percecionado ter penetrado nas fileiras do Labour Party. Whoop-de-doo. O objeto estatístico merece o título na versão autêntica de tão nuancé este é construído: “we investigated the extent to which anti-Semitism is perceived to have permeated Labour Party ranks.” Resulta que um em cada cinco trabalhistas admite a existência do problema e um em cada três está indeciso quanto à questão judaica que este weekend leva a novo e audível protesto, desta vez às portas do quartel general do RH Jeremy Corbyn. O dado a fixar a atenção na pesquisa não são percentis, antes o seu preâmbulo. “But let’s start with the polling truism that can never be mentioned enough: no matter how high-profile an issue might be in Westminster and in the media, no matter how profound the implications of it might be, sizable chunks of the British public will dutifully carry on largely unaware of it or not care about it,” anunciam os mineiros. Anda aqui agenda em indústria que vive maré baixa. A equipa da ∆ é experiente: Joe Twyman, ex YouGov’s head of political research, Martin Boon, vindo da ICM e Paul Flatters, outrora head of Political News research na BBC e sabido mareante de várias forecasting agencies. O trio é crítico do mundo que constrói: “Here’s a chance for pollsters to grasp the holy grail of accurately predicting seats from polling data allied to sophisticated modelling, and the race is on to perfect it.” Feliz peregrinação à Delt∆, pois, que do furor anti hebreu estamos avisados. — Umm. Well detect Master Will in Sonnet 149 that humanity has its dark sides:— “Who hateth thee that I do call my friend? (...) But, love, hate on, for now I know thy mind: Those that can see thou lov'st, and I am blind."
The Salisbury Incident, Traitors and, A New Emperor, 2018
Um insólito evento médico em tarde domingueira numa pacata cidade de Wilshire suscita inquérito sobre eventual malfeitoria, O ato de rotina identifica sucessivas baixas.
Com um ex espião russo e a sua filha caem o polícia que os socorre mais 21 pessoas, todos entrados no hospital com sintomatologia de envenenamento por toxina letal. O caso torna-se numa mega investigação criminal conduzida pela National Counter Terrorism Policing Network, escalando com envolvimento militar na descontaminação do centro histórico. Uma semana depois, na House of Commons, a Prime Minister aponta responsabilidades ao Kremlin. — Chérie! À l'œuvre on reconnaît l'ouvrier. Westminster agita-se com alegações de débil etiqueta parlamentar. Entre os visados por “bullying” estão o próprio Speaker RH John Bercow e membros do gabinete do Labour Leader RH Jeremy Corbyn. — Oh-oh. A word once spoken is past recalling. Além mares, o US President Donald J Trump acede a encontro com Mr Kim Jong Un para negociar a desnuclearização da Korean Peninsula e isenta de tarifas aduaneiras “the friendly nations.” China denomina Mr Xi Jinping como novo imperador comunista. Russia vai a votos para a presidência. Os franceses debatem a liquidação do Parti Socialiste na Macronie. Aos 90, parte para a eternidade o gentil comediante Mr Ken Dodd.
Very better weather at Central London. Com o Springtime around the corner e os ilhéus especialmente ocupados a nutrir a passarada após a tempestade de neve, vivem-se cenas extraordinárias nas Houses of Parliament. O ensaiado homicídio do antigo coronel do KGB eclipsa quer a Brexit, quer temas quentes na esteira da visita do Crown Prince Mohammed bin Salman como a guerra no Yemen, o abuso dos direitos humanos e o alegado financiamento do extremismo pelos sauditas. Mesmo a murmuração em torno dos bully boys passa para segundo plano. As palavras hoje proferidas por Mrs Theresa May extravasam o Palace of Westminster: "This attempted murder using a weapons-grade nerve agent in a British town was not just a crime against the Skripals, but an indiscriminate and reckless act against the United Kingdom, putting the lives of innocent civilians at risk. We will not tolerate such a brazen attempt to murder innocent civilians on our soil.” Em tom thatcheriano e estilo que relembra abrasivo Lord Salisbury nos idos de 1890 face às pretensões africanas de Portugal, a Prime Minister faz um ultimato a Moscow para, em 24 horas, explicar como é que um gás produzido nos seus laboratórios estatais aparece no reino: “There are, therefore, only two plausible explanations for what happened in Salisbury on 4 March: either this was a direct act by the Russian state against our country; or the Russian Government lost control of their potentially catastrophically damaging nerve agent and allowed it to get into the hands of others.” Donde: “On Wednesday, we will consider in detail the response from the Russian state. Should there be no credible response, we will conclude that this action amounts to an unlawful use of force by the Russian state against the United Kingdom, and I will come back to this House to set out the full range of measures that we will take in response.”
O envenenamento do agente duplo em Wilshire compele interessantes comportamentos em volta. Há um exercício nacional de especulação em tríade tipológica whodunit, why him and why here, em cruzamento entre o arguto paroquialismo da Miss Marple e o hábil jogo de raposas de Mister George Smiley. “Based on the positive identification of this chemical agent by world-leading experts at the Defence Science and Technology Laboratory at Porton Down, our knowledge that Russia has previously produced this agent and would still be capable of doing so, Russia’s record of conducting state-sponsored assassinations and our assessment that Russia views some defectors as legitimate targets for assassinations, the Government have concluded that it is highly likely that Russia was responsible for the act against Sergei and Yulia Skripal,” declara a senhora do No. 10. O caso oficialmente classificado nas páginas do Hansard como “Salisbury Incident” parece mesmo saído dos clássicos mundos ficcionados de Dame Agatha Christie e de Mr John Le Carrè. Os ingredientes literários estão cá todos, desde a receita de subtil crime em paisagem bucólica cujo desnudamento revela fantasmas de um mundo de sombras até ao dilemático questionamento sobre o justo destino dos traidores – ainda que comprometidos pelo MI6 e em tempo oportuno colocados ao serviço de Her Majesty. À memória vem a série longa das estranhas mortes que ocorrem na rota britânica do Federal Security Service of the Russian Federation, a agência que sucede ao famigerado KGB no quartel general de Lubyanka Square.
Mas no mais sério incidente diplomático do pós Cold War há também audíveis vozes em Britain a sustentar conspiração ocidental para comprometer Mr Vladimir Putin em véspera de eleições de nula competitividade. Aqui os anais registam Mr Anthony Blunt, espião britânico que nos 50s trai a favor dos soviéticos em nome da ideologia: “Well, it’s given me great pleasure to pass on the names of every MI5 officer to the Russians!”
A testar as fronteiras morais no globo estão mais que mortíferas substâncias químicas concebidas nas provetas secretas. A usança do “state lab nerve gas” vai agora inflamar as tensões East-West. A Russian Federation nega tudo, of course. O prazo de London extingue-se dentro de momentos. Os Skripals lutam pela vida em câmaras de cuidados intensivos enquanto os demais recuperam. Com contornos que impõem o envolvimento da NATO na defesa de um dos seus membros, London examina já um leque de medidas retaliatórias que previsivelmente irão de novas sanções económicas e cativação de capitais à expulsão do embaixador até a potencial retirada simbólica do World Cup agendado para terras russa neste Summer. Downing Street promete resposta robusta, requerer o apoio ativo dos Allies e colocará o assunto no UN Security Council. Por apurar está, porém, a real mira nos alvejados Skripal e Salisbury. — Yet. Even Master Will put the assassin agonizing over the temptation to kill King Duncan in Macbeth:— “If it were done when ’tis done, then ’twere well / It were done quickly: if the assassination / Could trammel up the consequence, and catch / With his surcease success; that but this blow / Might be the be-all and end-all here, / But here, upon this bank and shoal of time, / We’d jump the life to come. But in these cases / We still have judgment here; that we but teach / Bloody instructions, which, being taught, return / To plague the inventor: this even-handed justice / Commends the ingredients of our poison’d chalice / To our own lips...."
The Mansion House’s speech, 13 minutes, and a spy taken out, 2018
Et voilà. O quarto grande discurso sobre a Brexit da Prime Minister RH Theresa Mary May transpira razoabilidade. Desce ao detalhe, estrutura ponte económica no English Channel e persiste no tom otimista quanto às futuras novas relações entre o UK e a European Union. A intervenção na Mansion House é bem acolhida dentro e fora de portas. — Chérie! Mieux vaut plier que rompre. O défice orçamental day-by-day extingue-se nas contas nacionais, após longos oito anos de políticas públicas com flutuante austeridade financeira. O momento é marcado pela troca de tweets celebratórios entre os exs PM David Cameron e Chancellor of The Exchequer George Osborne. — Oh well. My stars, my words, my deeds. Além Britain, um em cada três italianos vota no anti sistema, anti Euro e anti emigração partido M5s. O US President Donald J Trump introduz tarifas aduaneiras à importação de aço e assim esgrime com a global trade war. Mr Vladimir Putin ilustra a modernização do arsenal russo com as “hypersonic glide weapons,” capazes de atingir GB em 13 minutos. O Saudi Crown Prince Mohammed bin Salman voa até London, com compromisso de estreitamento nos laços comerciais “after Brexit.” Mr Gary Oldman arrecada o Oscar de Best Actor com a interpretação de Sir Winston Churchill em The Darkest Hour.
Extreme weather at Great London. Em volta, ninguém poupa no guarda-roupa polar quando os farrapos da água siberiana questionam ideias pronto-a-vestir do aquecimento global. A neve nas Highlands atinge altivos 97 cm e ilhéus há a introduzir os skis como adequado meio de transporte nas ruas glaciais. Passada a tormenta, sobrevêm ainda os danos nas caldeiras e canalizações congeladas. Efeito inesperado é a transferência do pódio de Mrs May no seu mais recente discurso sobre o Brexiting. A PM desloca-se de Newcastle para a imponente Mansion House, na Roman Londinium. O palácio junto a Queen Victoria Street tem história, enredos e controvérsias seculares, a começar pela projeto oitocentista do arquiteto Mr George Dance the Elder e a continuar no forçoso financiamento por taxação fiscal segundo cláusula de “occasional conformity” religiosa. Erguido nas imediações da Bank Junction, em chão onde tanto se acolheram lojas de dinheiros como bancas de ervas, bastaria o pórtico de seis colunas coríntias para desafiar a régua do tempo. Mas a residência oficial do Lord Mayor of London, cuja agenda contém por estes dias discreta viagem a Lisboa, apresenta algo mais nos seus interiores para surpreender o visitante desprevenido. No Egiptian Hall não vislumbrará traços faraónicos e algures antes acabará observando o presídio por ali edificado. Com dez celas para servir o Magistrates’ Court of the City que lá opera até 1999, nove destinavam-se a arguidos masculinos e a décima a réus feminis. Na alva do 20th-century, aqui foram confinadas sufragetes como Mrs Sylvia Pankhurst.
Neste cenário apresenta a Premier a positiva visão de uma Global Britain, dias depois de uma nova intervenção altamente crítica por parte de antecessor em Downing Street quanto ao curso do reino. Apelando a um free-vote nas Houses of Parliament, e não já a um segundo euroreferendo popular, Sir John Major etiqueta a Brexit com selo demolidor como “not only grand folly, but bad politics.” Em sereno contraponto ao argumento do “of course, the ‘will of the people’ can’t be ignored, but Parliament has a duty to considerer the ‘’wellbeing of the people,” a Tory Leader do Her Majesty Government enuncia cinco testes a satisfazer no processo de retirada do seio da European Union: respeitar o voto referendário, acordar um relacionamento duradouro entre London e Brussels, defender os postos de trabalho e a segurança das pessoas, ser consistente com “the kind of country we want to be as we leave: a modern, open, outward-looking, tolerant, European democracy;” e robustecer “our union of nations and our union of people.” A mensagem final para “our friends” nas 27 chancelarias continentais merece igual registo: “We know what we want. We understand your principles. We have a shared interest in getting this right. So, let’s get on with it.” No mais, fica a declaração de abandono das políticas agrícola e pesqueira comuns.
Cracking espionage story coming. Um casal é encontrado inconsciente no banco de um centro comercial no Salisbury District. Conduzidos ao hospital em estado crítico, resulta diagnóstico de exposição a perigosa substância desconhecida. Acautelado o nome do veneno, é a identidade das vítimas nos cuidados intensivos que lança lebre de suspeita em The Circus! Um dos padecentes é Mr Sergei Skripal, ex coronel do KGB acusado em 2006 pelo Kremlin de ser agente duplo ao serviço do Buckingham Palace e vindo para o reino numa permuta de espiões tida como de antologia no pós Cold War ‒ a spy swap ocorre entre o movimento do aeroporto de Vienna (Austria), em 2010 e estilo de George Smiley. As aparentes impressões digitais de Moscow são, pois, verosímeis neste envenenamento por misteriosa toxina. Tanto o ressurgimento da ameaça geopolítica russa, quanto a memória do uso de plutónio no caso de Mr Alexander Valterovich Litvinenko, como o confirmado envolvimento do MI6 no inquérito credibilizam já a tese conspirativa. Certo é que o contexto rural nortenho em torno de medieva catedral é digna dos clássicos thrillers de Sir Alfred Joseph Hitchcock, algures entre North by Northwest (1959, com Cary Grant, Eva Marie Saint e James Mason) e The Man Who Knew Too Much (1956, com James Stewart e Doris Day). Aliás, o mais recente intelligence tale pode até contar com o episódio da ida a Lisboa do exemplar salisbúrico da Magna Carta do Bad King John. — Umm. As our Master Will put it in The Tragedy of Hamlet, Prince of Denmark, we can only have hope with Ophelia that all will be well, however being aware like Claudius of the kaleidoscope of risks:— “When sorrows come, they come not single spies, but in battalions."
The Representation of The People Act & some shenanigans, 1918-2018
O Royal Assent data de 6 February 1918. O King George V promulga a lei eleitoral que reconhece o direito de voto às mulheres, pela primeira vez, após décadas de acesa luta por movimentos mais ou menos calorosos como as Suffragists e as Suffragettes. The Representation of The People Act 1918 alarga o eleitorado aos homens com 21 anos e às mulheres com 30 anos, casadas, proprietárias ou academicamente graduadas. — Chérie! La belle plume fait le bel oiseau.
O EU Chief Negotiator viaja até London para acelerar o Brexiting. Downing Street recebe Monsieur Michel Barnier com anúncio de o UK recusar qualquer união aduaneira comum. — Well. Tide and time wait for no man or woman. As Houses of Parliament vão abandonar o Palace of Westminster for years, para obras de restauração estimadas em £3.5bn. A Prime Minister “Auntie” May regressa da China com um louvor do President Xi Jingping pelo pragmatismo, uma carteira de contratos comerciais que ascende a £9 billion e um acordo bilateral para promover o “global free trade.” Pope Francis recebe no Vaticano a histórica visita do Turkish President R Erdogan. Warsaw avança para a criminalização das referências aos “Polish death camps” como Auschwitz ou Treblinka. As bolsas de valores mundiais agitam-se.
Snow showers and minus degrees at Central London, within a lot of weather warnings in the coldest week of the Winter… so far. Estava tudo por aqui tão tranquilo, salvo a Tory Civil war, o Labour Anti-semitism, o Brexit divide, o Palace full decant…, e eis que entram em cena os Free Masons. Três lojas maçónicas estão ativas e a operar secretamente em Westminster, segundo o Guardian. Unem membros das Houses e do Political Press Corps: a New Welcome Lodge, aberta aos parlamentares; a Gallery Lodge, para as várias alas do lobby; e a Alfred Robbins Lodge, destinada a jornalistas e outros. As teses de conspiração exuberam, pois, quanto ao alinhamento das lealdades e quando Whitehall reativa a cirúrgica violação dos documentos oficiais no âmbito do afadigado Project Fear. Há um século atrás, todavia, experiencia-se mais: The strange death of Liberal England (George Dangerfield, 1935). No Number 10 cai o liberal HH Asquith e entra o radical Tory David Lloyd George. A nova balança de poderes avança com the votes for the middle-class women and the working-class men.
1918. A Great War segue ainda o curso cruento, mas com desfecho acelerado pela entrada dos United States of America ao lado dos Allies “in defence of the principles of Liberty and Justice.” No His Majesty’s Most Gracious Speech às Houses of Parliament, George V refere a tormenta que ocupa o Imperial War Cabinet, agradece públicas provisões “for the heavy expenditure of the War” e sublinha aos Lords and Gentlemen um outro evento de alta magnitude. O monarca fundador da novel House of Windsor releva que “I have been pleased to give My consent to your proposals for the better Representation of the People. I trust that this measure will ensure to a much larger number of My subjects in the United Kingdom an effective voice in the government of the country, and will enable the National Unity, which has been so marked a characteristic of the War, to continue in the not less arduous work of reconstruction in times of peace.” A expansão popular do cosmos eletivo firma bases em aristocrático cradle of democracy para vencer a paz interna após um almejado armistício externo, já sobre a revolucionária aprovação parlamentar da pioneira Minimum Wage Bill.
O Lloyd George Coalition Govt (1916-22) aprova uma aspiração política que recua ao 1818 Plan of Parliamentary Reform de Mr Jeremy Bentham e à formatação jurídica do MP John Stuart Mill na 1867 Reform Bill. No seio de inequívoca maioria conservadora-trabalhista-liberal destaca-se o apoio de honoráveis Herbert Henry Asquith, Ramsay MacDonald, Bonar Law e Winston Churchill. A reforma eleitoral de 1918 passa na House of Commons com 385 vs 55 votos, logo secundados na câmara dos Peers. Mrs Millicent Garrett Fawcett, a instituidora da National Union of Women’s Suffrage Societies anota no seu diário terem passado 61 anos desde que ouvira a ousada proposta de Mr Mill. O comentário da senhora diz dos tempos; “So I have had extraordinary good luck in having seen the struggle from the beginning.” O sufrágio dobra e seis milhões de mulheres participam nas eleições gerais de December 14, no passo inicial da emancipação só completa com o Equal Franchise Act 1928 ― o sufrágio universal promovido pelo Conservative Government de RH Stanley Baldwin. So, in a decennial while, parliamentary crocodile.
A perspetiva dos longos ciclos históricos assiste na leitura da tela política além das perceções. Algo bem diverso do carpe diem que anima os shenanigans around. Só umas quantas pinceladas acerca da espuma dos dias. Cresce a onda de orgulho nacional inspirada pelo filme Darkest Hour e até um relutante Mr Charles Moore se rende à ida ao cinema para apreciar o monumento público. Ativistas ruidosos manifestam-se contra a decoração churchilliana no interior do Blighty Cafe, em North London, ignorando que o casal Jeremy Corbyn está entre os seus frequentadores. O Deustch Ambassador em London, Dr Peter Ammon, classifica a Brexit como “a tragedy” e nota que “the image of Britain standing alone in the second world war against German domination has fed Euroscepticism in the UK, but does little to solve the country’s contemporary problems.” Regressam os weekends protests a Westminster Village enquanto o Brexit game of chicken preenche os écrans na Sunday Politics, O Brexiteer chieftain RH Jacob Rees-Mogg protagoniza heroica tentativa de dialogar com um grupo de anónimos mascarados empenhado em impedir que fale numa conferência na University of Bristol. O Economist e o Spectator aumentam o rol das vendas com capas teatrais, um encaixilhando “The Next Nuclear War” na península coreana e outro emoldurando “The Theresa’s choice: Lead or Go.”
Ora, enquanto os Tories reimaginam diariamente dramas políticos como Julius Ceasar e Macbeth, face ao monólogo going nowhere da sua líder, partem para a eternidade duas senhoras da escrita.
Fica o farewell para Mrs Ursula K Le Guin, aged 88, a laureada criadora de Sci-Fi, amante de gatos e discípula de JRR Tolkien a Philip K Dick, a par de discreta tradutora ocidental de Lao Tzu: Tao Te Ching. A Book about the Way and the Power of the Way. E também good skies para a Oxonian Mrs Jenny Joseph, aged 85, uma favorita dos ilhéus e autora do famosíssimo Warning que cognomina de red hatters as 50plus: “When I am an old woman I shall wear purple / With a red hat which doesn't go, and doesn't suit me. / And I shall spend my pension on brandy and summer gloves / And satin sandals, and say we've no money for butter. / I shall sit down on the pavement when I'm tired / And gobble up samples in shops and press alarm bells / And run my stick along the public railings / And make up for the sobriety of my youth." A sua poesia conquista o Gregory Award com Unlooked-for Season e o Cholmondeley por Rose in the Afternoon, culminando na Fellowship da Royal Society of Literature. — Umm. Perhaps was between red and pink hatters that ours Master Will writes that special line of Troilus and Cressida:— “Things won are done; joy’s soul lies in the doing."
St James, 5th February 2018
Very sincerely yours,
V.
PS: Happy birthday para a UK Ambassador to Portugal, Mrs Kirsty Hayes.
A European Union aperta o cerco a Britain. O negociador mor Monsieur Michel Barnier anuncia as condições continentais para o biénio da implementação da Brexit com acesso aos mercados, resumível na totalidade das obrigações financeiras e nenhuns direitos decisórios.
A fúria dos Brexiteers com a PM RH Theresa May vai em crescendo. “Name the date of your departure or we will do it for you,” assinala no Mail On Sunday o ex Tory Party Chairman Mr Grant Shapps. — Chérie! Les conseilleurs ne sont pas les payeurs. A House of Lords classifica a EU (Withdrawal) Bill como “constitutionally unacceptable.” Os Peers dizem-se aqui “disappointed” por o Her Majesty Government ignorar as suas prévias recomendações legislativas. — Well. Things will get worse before going better. A UK Prime Minister reúne-se em Davos com o US President Donald J Trump e ouve uma inequívoca declaração do apoio norte americano à comunidade de ideais e interesses, assente num “lucrative new transatlantic trade deal.” Já a Bundeskanzlerin Frau Angela Merkel etiqueta o estilo negocial de Mrs May sob sibilina fórmula do “Nothing to say, Make me an offer.” Em London, porém, muitos interrogam se antes não é senão a Brexitoin ‒ a Brexit only in name.
Cold days at Central London. A neblina matinal que envolve Westminster Village traz à memória laivos do Bruges Speech apresentado por Mrs Margaret Thatcher. Falando no College of Europe, em 1998, a Iron Lady sente necessidade de sublinhar ancestrais evidências a uma peculiar elite: “Europe is not the creation of the Treaty of Rome. Nor is the European idea the property of any group or institution.” Os ecos de Brussels denotam os ventos do esquecimento e da soberba. Enquanto Mrs May ruma para Beijing em oportuníssima 3-days state visit e o Project Fear retorna em força às ilhas, num e noutro caso com os mandarins de Whitehall e apêndices na Press revelando especial empenhamento em cenários de ruína e pauperismo, a febril atmosfera que se observa nos main parties recorda talqualmente a punch line de RH Clement Attlee ouvida na House of Commons num suave dia primaveril de 1940. Em câmara preenchida, sob alto som de fundo dos “Hear, Hear” de muitos MP’s e do “Order, Order” do Speaker, o dirigente do Labour aponta o dedo para o Prime Minister RH Neville Chamberlain e pede-lhe a imediata resignação: “In the country’s interest man, resign! Step down! And let us find a new leader!” Algo do género ressoa agora em diferentes quadrantes e nem mesmo o calendário ajuda uma distante protagonista. Se as Local Elections marcadas para 3 May 2018 ameaçam veneráveis bastiões conservadores em prometida maré esquerdista, no dia 30th January de ido 1649, no exterior de Banqueting House, uma criação dos Tudor junto ao Thames River, é Charles The First decapitado por high treason.
Com todas as armas para si apontadas, sejam de EU Leavers ou de Remainers, a começar nos próprios Tory backbenchers, onde cada vez mais avultam as palavras de Mr Jacob Rees-Mogg, Right Honourable Theresa May ausenta-se para o outro lado do mundo. No reino, patroticamente unimpressed com os Brussels bully boys, a PM não tem alternativa política senão pronto rejeitar do unfriendly, unhealthy & unfairultimatum da European Union. Mas os termos continentais para negociar a futura relação bilateral dizem sobre quem os decide, tanto nos aligeirados dois minutos que o EU General Affairs Council demora para os aprovar, quanto sobre a intensidade dos bloody affairs que envolvem os liames orçamentais dos 27. Note-se a régua comum: Como contrapartida dos negócios caseiros no mercado único até 2021, durante os dois anos de transição após a saída oficial em March 2019, os demais estados-membros querem que o United Kingdom pague bilionário cheque anual pela pertença ao euroclube, aplique as atuais e as novas leis comunitárias, mantenha as fronteiras abertas e ainda acate o impedimento de negociar acordos comerciais com terceiros. Tudo isto sem assento nas instituições, agências e afins da eurocracia. Na impiedosa Brexitoin, “the UK should have taxation without institutional representation.”
Mas esta semana decide-se por aqui uma outra árdua dicotomia do should I stay? Or should I go? que outrora celebriza os Clash. O futuro do Palace of Westminster está em debate nas Houses of Parliament, após um relatório oficial concluir que o edifício carece de custosos melhoramentos. Todas as opções estão em aberto, da manutenção à mudança temporária ou definitiva dos MPs para um outro local no reino, com os trabalhos de conservação avaliados entre £3.52bn e £5.67bn.
Segundo o Joint Committee dos Lords e dos Commons, apesar das firmes fundações no terreno escolhido no 11th Century pelo King Edward the Confessor, o complexo urbano defronta-se hoje com “a substantial and growing risk of either a single, catastrophic event, such as a major fire, or a succession of incremental failures in essential systems which would lead to Parliament no longer being able to occupy the Palace.” Daí o “R&R Programme,” um moderno projeto de renovação e de restauração. A história escrutinará de perto estas deliberações. Afinal, mais que “a masterpiece of Victorian and medieval eras,” as casas monumentais concebidas pelo arquiteto Charles Barry após o Great Fire of 1834 são um universal farol da tradição democrática. — Umm. At the end of the day, as ours Master Will says in Romeo and Juliet, all fluctuate with the criteria that we use to discern nature of convention as also with love:— “What's in a name? That which we call a rose / By any other name would smell as sweet."
Et voilà. A Prime Minister RH Theresa May afirma na House of Commons que as Brexit talks correm bem e logo o Leader da Her Majesty Most Loyal Opposition RH Jeremy Corbyn diz o contrário.
Teme-se que as euronegociações vão de mal a pior nos jantares de trabalho dos 27, em London e Brussels, mas inexistem queixas dos cozinheiros. — Chérie! Toutes les choses sont difficiles avant d'être faciles. O Foreign Secretary RH Boris Johnson revela a gravitas na Chatham House, com discurso sobre a diplomacia. A BBC investiga as origens da double-entry accounts bookkeeping entre florais Venezia e Milan. — Well. Jack is as good as his master. China ouve Mr Xi Jinping anunciar uma nova era no 19th Congress do Communist Party. Spain divide-se em torno da Catalonia. Nos US, o ex President George W Bush é o mais recente passageiro VIP a entrar no comboio do “take down the Trumpism.” Mr George Clooney aponta cumplicidades na tragédia sexual de Harvey Weinstein e abala os modos de recrutamento nas fábricas de Los Angeles e arredores. Faltam 60 dias para o Christmas.
Occasional showers at Central London. O Mayor Sadik Khan avança com nova taxa de toxicidade em criativa política ambiental. Com a T-charge, os carros mais poluentes pagam £10 para os cofres de City Hall e assim a todos podem cianizar no centro histórico. As House of Parliament preparam o debate sobre a conservação do venerável Palace of Westminster. O custo do projeto continua a crescer entre batalhas surdas de arquitetos, engenheiros e outros. No entretanto, também sobreocupados Lords, MPs e jornalistas esgrimem barbadas razões nas olimpiadas do Brexit or no Brexit. Esta tarde, após carta aberta com welcome sign aos cidadãos europeus por cá residentes, a Premier informa os Commons sobre os últimos desenvolvimentos das conversas com Brussels. Nos bastidores é o Labour Shadow Sir Keir Starmer quem move esforços transpartidários “to force concessions on the EU Withdrawal Bill.” Também a BBC eleva a voz entre os lobbystas, para reclamar que o Tory Govt encete “an urgent transitional agreement with the European Union to give firms greater certainty on a smooth Brexit.” O Professor Timothy Garton Ash interroga no Guardian sobre a decadência do West, quando até capitais como Bulgaria se agitam, ao descrever desconfortável viagem atlântica da “Brexit frying pan into the Trump fire.”
Já novo vigor ao Brexiting doa o Rt Hon Boris Johnson numa conferência na Chatham House sobre as ambições nucleares à volta do mundo. Apontando a dedo rogue states como o Iran ou North Korea, o Secretary of State for Foreign & Commonwealth Affairs começa no estilo habitual: “It is fantastic to be here in this wonderful hotel, that I think that I opened or reopened. I opened many hotels across London in my time as Mayor and I definitely reopened this hotel at one stage and this is after all an example of the kind of infrastructure that you were just talking... It is an inspirational structure.” O tom muda então. Com a statesman voice, surge o elogio à diplomacia como fórmula política para uma moderna bill of rights no concerto internacional. Sobre as relações do reino com o continente, Bojo é claríssimo no apoio ao Prime Minister’s Florence speech. Ou seja: a um período de transição que respeite os resultados do euroreferendo.
Ainda com ecos da paisagem emiliana, novidade vem de Mr Tim Hartford sobre o famoso sistema contabilístico da dupla entrada. O autor de 50 Things That Made the Modern Economy questiona a autoria da ferramenta financeira usualmente imputada ao Maestro Luca Pacioli e antes a atribui a um mercador de lã do Prato, terra às portas de Florence, de nome Francesco di Marco Datini. A teoria cruza os destinos do seu discreto diário financeiro com a Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita de Luca, colossal obra de 615 páginas por muitos classificada como “the most influencial work in the history of capitalism” e onde surgem 27 páginas acerca do método contábil. No plano dos achados históricos, referência também para uma exposição que acaba de abrir em Cambridge sobre The Codebreakers and Groundbreakers. Aqui são os sonhos matemáticos de Mr Alan Turing que estão em foco. O mastermind de Bletchley Park, onde quebra o código nazi durante a II World War, aparece no Fitswilliam Museum como… um aluno cábula. — Well. Even that Helen of Master Will so does say it in All's Well that Ends Well:— “Our remedies oft in ourselves do lie, / Which we ascribe to heaven: the fated sky / Gives us free scope, only doth backward pull / Our slow designs when we ourselves are dull."