Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

LONDON LETTERS

 

A Very British Royal Wedding, and a pot of ale, 2018

 

O casamento do Prince Harry of Wales e Meghan Markle revive o ornamentalismo monárquico em Windsor e atualiza o Cinderella Tale nos nossos dias, uma variante moderna da antiquíssima estória helénica de Rhodopis, que nos é legada pelo grego Strabo, na Geographica, pelo romano Aelian, na Miscellaneous, e ainda pelo ilustre Herodotus, nas Histories, envolvendo umas desde então famosíssimas… sandálias egípcias. — Chérie! Dieu ― lui aussi ― le veut.


A tecnologia globaliza os eventos, mas as old rules da comunicação resistem. Nada como um belo dia, solar, com as atenções focadas no Royal Wedding, para sepultar bad news. Entre o vozear para a reforma da House of Lords, após as derrotas governamentais em torno da Brexit Law, a Prime Minister Theresa May designa 9 novos pares do reino. HM Government dá também discreta luz verde à compra da Sky pela Comcast, um ajuste de €21b que envolve a Sky News e a Fox News. — Hmm. God bless the Dukes of Sussex. Nos demais public affairs reina igual sentido da ocasião. A Scotland First Minister RH Nicola Sturgeon prepara um novo referendo sobre a independência. A Brexit é o tema de uma conferência, em Lisboa, pelo European Union Chief Negotiator Monsieur Michel Barnier. Washington rivaliza no éter. Com alguma fumarada sobre o Korean deal, a White House promete a mãe de todas as sanções económicas contra o Iran caso os imans retomem o programa nuclear.


Another bright day
at London. O sunny weekend é dominado pelo matrimónio dos arejados Dukes of Sussex. Que dizer da cerimónia de Saturday, na pequena St George’s Chapel do Castle of Windsor, por muitos no reino e à volta do globo visionada e comentada? A celebração foi linda, foi intimista e foi inclusiva – exceto para os políticos, muito poucos, de dentro ou fora do reino. Apesar da proximidade constitucional do noivo à Head of State, apenas lá deteto o ex PM John Major, a Chaplain da House of Commons RR Rose Hudson-Wilkin e o incontornável neto de Sir Winston Churchill, MP de Mid-Sussex e royalist dos quatro costados RH Nicholas Soames. O cerne da House of Windsor assiste em peso e em diversas gerações, Lá estão a Queen e o Prince Philip mais a mãe da noiva Ms Doria Ragland. O jovem casal aparece belíssimo, com toque de romântica candura. Tudo impecável, sincronizado, comme il faut. Até a data de 19th May é tão bem escolhida que alinha com a espantosa realidade dos 0% de probabilidades de chuveniscar medidos no Royal Borough de Berkshire (England) – e coincide ainda com o aniversariar pessoal. Harry & Meghan é uma união familiar altamente improvável, mas é também uma true love story.


O sorriso dos céus e da Royal House é claro e claríssimos são os votos de a long and happy life para o first royal mix-race wedding irradiados em Windsor. But, but, but… Para o Prince começa uma segunda etapa na carreira pública, após abdicar da profissão militar em frescos anos, agora direcionada para a diplomacia na Commonwealth e com a mulher que ama a seu lado; já para Her Royal Highness The Duchess é toda uma outra vida, plena de exigências políticas e recato social, distante do trabalho de atriz em séries norte americanas entrecortada pelo blogar de opiniões e adesões ao sabor das circunstâncias. O desafio começa com um statment em letra agigantada no royal website: “Proud to be a woman and a feminist.” Confesso temer que o fantasma da Princess Diana ande ainda pelo Kensington Palace, the couple's official residence. Aliás, se o título comum de Royal Kardashians se ouve em volta, tributo ao espectáculo dos rich and famous lifestyles, intranquila é mesmo a história do título real do Dukedom of Sussex of the United Kingdom of Great Britain and Ireland, criado em 1801 para o infante Augustus Frederick pelo King George III (Yes, that one! The also Duke and Prince Elector of Hanover that lost America), extinto desde 1843 e agora recriado por HM Elizabeth II para o filho mais novo do futuro rei seu filho.

Dramática, colorida e por etapas é a infindável novela do anti semitismo no seio do Labour Party do honorável Jeremy Corbyn. O antigo Mayor of London Ken Livingstone demite-se das fileiras partidárias, após 50 anos de trabalhismo e quase um triénio de acesa polémica. A decisão é hoje revelada pelo próprio e justificada com a vontade de não criar mais dificuldades ao Corbynism, Red Ken declara que a anterior suspensão por causa dos “comments about Hitler, is a distraction." Antecipa uma eventual expulsão por via do inquérito interno às suas famigeradas teses sobre as políticas hebraicas do Nazism e revisionismos afins. Inicialmente datadas de 2016, mas amiúde repetidas entre a vitimação e o so sorry for that, nestas avulta o argumento do Kanzler Adolph ser um defensor do estado sionista: "He was supporting Zionism before he went mad and ended up killing six million Jews." A declaração, note-se, provém de um hard-leftist que continuamente protagoniza a contestação política a Israel. Mr Livingstone abandona agora a organização de Citizen Clem Attlee afirmando-se inocente: "I do not accept the allegation that I have brought the Labour Party into disrepute - nor that I am in any way guilty of anti-Semitism.”

A saída de cena deste líder trabalhista será apenas momentânea, se bem entendemos a personagem. Aliás, em matéria de ilustres has been, vêm aí de novo The Obamas. O casal Barack e Michelle O. acaba de selar um contrato com a Netflix, ora de valor desconhecido, para um pacote de filmes, documentários e seriados acerca da sua vida antes, durante e após a passagem pela White House. Elemento interessante é o antigo President e First Lady dos United States of America participarem na produção dos scripts. O casal igualmente tem fechado o acordo para a publicação em livro das memórias políticas, com um cheque de $65 million escrito à cabeça pela Penguin Random House, Meanwhile, algures entre os programas de Mr David Letterman e o comentário corrente sobre os public affairs, a dupla vai tornando-se uma presença habitual nos écrans televisivos dalém oceano, — Well. Please, not so fast. Remember that drink line of Master Will in Henry V, when the King is preparing the attack against the French at Agincourt: — “Would I were in an alehouse in London! I would give all my fame for a pot of ale, and safety.”

 

St James, 21st May 2018

Very sincerely yours,

V.

LONDON LETTERS

 

Brave Lady Tessa, and The Constitutional Straits, 2018

 

No final, o que dá à vida significado é tanto o modo como é vivida como o modo como termina. / In the end, what gives a life meaning is not only how it is lived, but how it draws to a close. Estas palavras são da Baroness Jowell of Brixton no último discurso na House of Lords a 25 January, em debate sobre os tratamentos cancerígenos no National Helth Service.

A câmara alta levanta-se em longa ovação à sua “good reason for hope.” The RH Tessa Jowell parte este Saturday, aos 70, após difícil batalha contra um cancro no cérebro. — Chérie! À l'œuvre on reconnaît l'artisan. A Prime Minister Theresa May persiste na via da parceria euro aduaneira, quando o Duke of Wellington apaga a data da saída do reino da European Union nas emendas à Brexit Bill. O Mail escritura primeira página sobre os “traitors in ermine.”— Well. As one knows his saints, one honors them. O Head do MI5, Mr Andrew Parker, adverte em Berlin para os perigos de vulnerabilizar a parceria atlântica on common security. Dias depois de rasgar o acordo nuclear com o Iran, por videolink e não por twitter, o President Donald J Trump inaugura oficialmente a nova embaixada dos USA em Jerusalem. O Israel PM Benjamin Netanyahu declara o dia histórico, mas a violência irrompe na fronteira de Gaza. O French President Emmanuel Macron recebe o Charlemagne Prize em Aachen (Germany), pela ‘vision of a new Europe.” Italy tem novo governo, uma coligação dos populistas 5-Star e Liga.

 

Another sunny day at St James. O warm weekend traz notícias fortes. A Reverend Sarah Mullally é sagrada como 133rd Bishop of London em St Paul's Cathedral, tornando-se a primeira mulher a exercer o alto cargo anglicano na sequência de notável carreira como enfermeira no NHService. Outra grande senhora ocupa lugar na eternidade: Dame Tessa Jane Helen Douglas Jowell (1947-2018). Reconhecidamente a smart operator nos corredores de Westminster, uma Blairite plus de sorriso aberto nos Tony Cabinets, a admiração pela Secretary of Culture cresce nos dias do fim. Na agonia de operações cirúrgicas e sessões de rádio e quimioterapia, a MP por Dulwich & West Norwood luta por melhores condições dos pacientes de cancro. Ei-la nas Houses of Parliament e em Downing a corporizar the last cause. Emociona nos Lords ao defender a Eliminate Cancer Initiative, deveras fragilizada, embora com le savoir faire de quem cruza os rios partidários. Cita o amado poeta Mr Seamus Heaney: “Noli timere — do not be afraid. I am not afraid. I am fearful that this new and important approach may be put into the ‘too difficult’ box, but I also have such great hope.” Os Commons prestam, já hoje, uníssono tributo à ministra emblemática dos Blair Years, aquela que conforta as famílias das vítimas do terror no 7/7, uma a uma, e conquista os 2012 Olimpics para London. O Speaker John Bercow caracteriza-a como “the embodiment of empathy, a stellar, progressive change-maker, and a well of practical compassion without rival, (…) the best of us.”  A amiga Theresa May recorda-lhe a força de carácter, os contributos para o reino e ainda o humor: “For many years after London won that Olympic bid the screensaver on her phone was a photo of her and David Beckham after the announcement—hugging. As she said: “You can be a feminist but still be susceptible to a David Beckham moment.” O Labour Leader Jeremy Corbyn conclui que Baroness Jowell “taught us how to live, and I think she also taught us how to die.” Cumprindo o generoso legado político da Brave Lady, o HM Government anuncia financiamento anual de £40m para a investigação dos tumores craneanos; valor logo acrescentado com mais £25m doados pelo Cancer Research UK. ― Rest In Peace, Dear Tessa.


Britannia between Scylla and Charybdis, por James Gillray (1793).

 

Morrer com dignidade é o que os Brexiteers profetizam irá acontecer à opção primoministerial de a new customs partnership entre o United Kingdom e a Other Union. Apesar de derrotada no seio do May Cabinet, com o novel Home Secretary RH Sajid Javid a todos surpreender ao votar contra, a proposta permanece sobre a mesa do Number 10, justamente a par da alternativa max facilitation para lidar com a Irish border e dado o sombrio cenário criado pela série de 14 emendas (Yes, 14!) feitas na House of Lords à European Union (Withdrawal) Bill. Na Second Chamber, quando se estimava ter-se visto tudo na manutenção pelos Noble Lords do continental status quo, pasma o ataque frontal desencadeado por nenhum outro senão o 9th Duke of Wellington. Arthur Charles Valerian Wellesley, por cortesia Marquess of Douro e ex Tory Member do European Parliament por Surrey, Peer of The Realm por sucessão hereditária, avança com moção que deixaria em aberto a exata data do Leave. Para lá da borracha sobre o dito Independence Day, 19 March 2019, acentua-se a murmuração em Whitehall de frescas tentativas para algures prolongar o período de implementação já acordado nos tratos negociais com Brussels. Ora, face ao incerto state of play, como que a replicar, na contemporaneidade, os contornos oitocentistas de Mr James Gillray no clássico constitucional Britannia between Scylla & Charybdis ‒ Or: The Rock of Democracy vs The Whirlpool of Arbitrary Power, agudizam-se também as várias oposições à unelected chamber. Se a imprensa brexiteira retoma a deselegante retórica da high treason, Downing Street declara-se “disappointed by Lords votes on Brexit laws,” com a Right Honorable Theresa May MP a escrever no Sunday Times um cândido “trust me” relativo ao total respeito governamental pela vontade popular expressa no euroreferendo de 2016. A história observa os atores do tempo.

 

Sombras também sobre o Royal Wedding do Prince Harry of Wales e Meghan Markle a 19th May, embora com presumível inclinação da mitológica barca de Homer para conhecida margem dos Straits of Messina. O obscuro pai da noiva decide monetizar o evento junto dos paparazzi circles e consta por cá que, discretamente, com poder qb para tal, alguém nos palácios retalhou canónico convite para o Windsor Castle. A realíssima circumnavegação do mais jovem casal de infantes afigura-se aventurosa, pois. — Well. Let’s also get on with it. Even ours fabulous Master Will plainly makes out in The Merchant of Venice that there are some hazardous rocks along the odyssey of a common life: — “When I shun Scylla your father, I fall into Charybdis your mother.”

St James, 14th May 2018

Very sincerely yours,

V.

LONDON LETTERS

 

The English Dream, Local elections and, A customs partnership, 2018

 

Muda o dignatário e suavizam-se as políticas de emigração. RH Sajid Javid é o novíssimo Home Secretary e é também o primeiro governante de raíz asiática e extração muçulmana a ocupar um dos quatro Great Offices of State. RH Amber Rudd resigna do cargo após resistir uma semana a revelações no Guardian sobre o titânico Windrush Affair, tropeçando finalmente nas respostas a comité parlamentar e cai por ter “inadvertently mislead the House.” O May Cabinet perde assim o quarto ministro e uma voz feminina liberal nas trincheiras da Brexit. — Chérie! Tant va la cruche à l’eau qu’à la fin elle se casse!

Os Tories acomodam a crise étnica e sobrevivem no adverso terreno das eleições locais de 4 May, em England, ao beneficiar do colapso do voto Ukip, com os Liberal Democrats a recuperar municipalidades e o Labour a ficar aquém das húbricas expetativas nos círculos de London. — Well. Never sell the fur before shooting the bear. Além mares é o trumpismo em todas as latitudes. Após o male’s friendship show do French President Emmanuel Macron na White House e o professional meeting com a Bundeskanzlerin Angela Merkel, o US President Donald J Trump confirma visita ao reino a 13 June. No entretanto avistar-se-á com Mr Kim Jong Un, com o objetivo da desnuclearização peninsular e os créditos do abraço histórico dos líderes das duas Koreas na zona desmilitarizada. Já o Foreign Secretary Boris Johnson está de visita a Washington DC para persuadir a administração norte americana da virtuosidade do acordo nuclear do West com o Iran. Em Spain, ao dissolver-se, a ETA pede públicas desculpas pelo sangue que por lá derramou durante décadas.

 

Glorious sunshine in this Monday Bank Holiday at St James, with almost everyone at the garden. O longo fim de semana e a quente atmosfera entrecruzam os quadros de veraneio com o rescaldo das eleições locais pelos média e ainda com tristes notícias sobre uma onda de violência juvenil. Não menos temível que estas batalhas entre gangs, anda de novo a Brexit War. A Prime Minister Theresa May tem em discussão a new EU-UK customs partnership no seio do HMaj Government. O modelo híbrido surge na sequência das derrotas sofrida pela European Union (Withdrawal) Bill na House of Lords, cujos debates em sede de matéria amiúde roçam o surrealismo, não faltando sequer o fantasma do ‘Uncle Adolph’ na fundamentação de série longa de emendas legislativas. Especialmente significativa é a que introduz autorização parlamentar para obrigar o executivo a regressar a Brussels para mais negociações, caso das atuais resulte acordo insatisfatório ou o famigerado no-deal. Empolgados pela ousadia dos pares, no apagar do referendo popular de 2016, os usuais suspeitos em Whitehall murmuram “the need of five more years” para implementar a saída do reino do clube continental. Em tudo isto movem-se discrete & Unhappy Brexiteers, ainda com October como data flutuante para encerrar o processo nas Houses of Parliament e contando os fuzis nas bancadas – talvez insuficientes para dar luz verde ao livre ajuste com a Other Union; bastantes, todavia, para lançar os Tories em corrida à liderança de Downing Street.

 

Se o Hitler claxon logo esfuma a efémera europeleja retórica na câmara dos pares e desnuda a guerra friccional todo o terreno entre Remainers e Leavers, o cenário de derrube da PM em modo thatcheriano ganha poderoso barítono, O honorável acaba de receber as chaves do Home Office, um sabido cemitério de políticos ambiciosos mas também uma prancha de lançamento para o 10. De lá sai, aliás, Mrs May; e de lá esperavam os centristas conservadores projetar RH Amber Rudd. A expetativa em torno da MP de Hastings and Rye (East Sussex) fica agora em mar de sargaços, não obstantes a resiliência da senhora ter ficado provada: caída como ministra no domingo à noite, no dia seguinte ergue-se na House of Commons com questão à PM sobre o controlo do terrorismo – pasta que geria. Seja como seja, uma eventual disputa pelo leme primoministerial tem um novo candidato potencial, cujo perfil, currículo e rol de serviços soma vantagens na geopolítica interna do Conservative Party e ainda na constelação britânica de eleitorado multicultural.

 

Por cá é falado entre portas como “The Coconut,” dado o sincretismo. Assumido “2nd-generation immigrant” e jurado em funções com promessa de “do right,” o ministro da administração interna é casado com uma católica e é flho de um muçulmano condutor de autocarros– um paquistanês, chegado ao UK em 1961 com 1£ no bolso. Nascido em Rochdale (Lancashire), cresce com 4 irmãos num 2-bedroom flat de bairro pobre em Bristol onde a família abre uma loja comercial. Ido do Filton Technical College, conquista lugar na University of Exeter e ruma licenciado à City. Aos 20 anos participa em primeva conferência partidária, como thatcherite, não se coibindo de desalinhar da Iron Lady quando esta decide a adesão de Britain ao EU Exchange Rate Mechanism. Aos 25 anos vai para o Chase Manhattan Bank e torna-se o seu youngest ever vice-president em New York. Regressa a London como diretor do Deutsche Bank, sendo recolocado em Singapore. Em 2009, com alguns milhões na bolsa, empenha-se na vida política por inteiro. Em 2010 é eleito como MP de Bromsgrove (Worcestershire). Entra para o Cameron Cabinet dois anos depois, como Economic Secretary to the Treasury (2012), Financial Secretary to the Treasury & City Minister (2013), Minister for Equalities (2014) até Secretary of State for Culture, Media and Sport (2014, com a supervisão da BBC). O trilho ascensional perdura no May Govt, como  Secretary of State for Business, Innovation & Skills (2015, e President of the Board of Trade). Aos 48 anos de idade, if anything else. o Home Secretary RH Sajid Javid é um ilustre exemplar do English dream.

 

O mais jovem casal da Royal Family apronta o matrimónio agendado para 19th May na refrescante reverência pelas ancestrais tradições do reino unido. O último detalhe relativo à boda de Harry of Wales e Meghan Markle é a escolha da modalidade de transporte para St George’s Chapel, em Windsor.

Kensigton Palace revela que os nubentes escolheram um Ascot landau, isto é; uma carruagem descoberta, urbana, convertível, de dois bancos e quatro rodas, que desde já transmite nota romântica ao cerimonial. O fiacre será puxado por quatro dos famosos Windsor Grey Horses, bem humoradamente classificados como um “quartet of good-looking, hard-working royalists:” o Milford Haven, o Storm, o Plymouth e o Tyrone. Os Royal Mews possuem uma dúzia destes coches para uso em celebrações especiais como os jubileus régios, bem como para acontecimentos como a ida para Westminster e a vinda para Buckingham da monarca aquando do State Opening of Parliament. Espera-se um evento pautado por todas as marcas da realeza, pois, com os convidados menos uniformizados entre a pageantry e os trumpeters.

 

Nestes dias liquídos há aqui vincado traço de continuidade na linha de sucessão da coroa. Aliás, tais sinais somam-se em torno da House of Windsor. Após Elizabeth II indicar ser seu desejo que HRH The Prince Charles of Wales lhe suceda na Commonwealth, gosto imediatamente correspondido pelo G53, aquele recebe um outro singular tributo familiar ao saber o novo neto como Louis Arthur Charles. O Prince Lou-ee of Cambridge, nato a 23 April 2018, a par do middle-name do King George VI, tem o denominativo de alguém que o herdeiro do trono um dia descreve como “the grandfather I never had,” Lord Mountbatten, assassinado pelo IRA em 1979. Como bem escreve em português um amigo em belíssimo livro cujas páginas ainda me deliciam, ter memória é respeitarmo-nos.  — Well. Keep in mind how Master Will plays in Macbeth with the human mind and the perils of some exotic amnesia: — “That memory, the warder of the brain, Shall be a fume, and the receipt of reason.”

 

St James, 7th May 2018

Very sincerely yours,

V.

LONDON LETTERS

 

The chemical Inspectors, A old Deal and, A new Tsar, 2018

 

Inspetores da Hague a chegar e diplomatas da Russian Federation a partir! A roda-viva em torno da tentativa de assassinato dos Skirpals em Salisbury continua em crescendo, com London a internacionalizar o caso de envenenamento do agente duplo e Moscow a exigir evidências ou... desculpas. — Chérie! Les actions en disent plus que les mots.

Em Brussels é o anúncio do acordo entre o United Kingdom e a European Union sobre o período de implementação da Brexit. Além do cheque de £40b, há uma mão cheia de novas concessões do reino para manter o acesso ao mercado único. — Umm. Appearances are deceptive. Russia reelege o President Vladimir Putin com 77% de votos. Germany saúda o antigo agente do KGB em Dresden (DDR) enquanto Frau Angela Merkel assume o quarto mandato como Bundeskanzlerin. Washington prepara pacote de sanções contra o Kremlin por cyber interference na 2016 Election, Mr Ringo Starr recebe a knighthood em Buckingham Palace. Her Majesty in Council consente no matrimónio do Prince Harry of Wales com Rachel Meghan Markle. Para a eternidade parte o fabuloso e único Professor Stephen Hawking. No cosmo eleitoral aparece a Cambridge Analytica, “a British political campaigns firm” que terá persuadido milhões com a manipulação privada do Facebook. Monsieur Nicolas Sarkozy é detido em Paris por fraude partidária financeira.

 

Desesperately cold weather at Great London, with around zero temperatures. É ainda o frio glacial vindo da Northern Asian’ Siberia. O termómetro sobe em Brussels, com a all smiles dupla David Davis e Michel Barnier a revelar o clausulado do pre-Brexit deal. São 130 páginas de “common provisions,” abarcando 13 key areas sob burocratizado título Draft Agreement on the withdrawal of the United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland from the European Union and the European Atomic Energy Community highlighting the progress made (coloured version) in the negotiation round with the UK of 16-19 March 2018. A leitura oficial de Downing Street classifica o acordo como "a significant step" nas euronegociações, mas as novas cedências britânicas ameaçam os Tories com feia guerra civil tanto no que está assente como no que não está. Na bissetriz, eis o fundamental do old new deal entre o EU's chief negotiator e o Brexit Secretary: (1) a fase de transição estende-se de 29 March 2019 a 31 December 2020; (2) os cidadãos europeus que neste período cheguem ao reino mantêm todos os direitos e garantias hoje existentes, à semelhança dos Brits expats no continente; (3) o UK assegura a capacidade de negociar e assinar acordos comerciais próprios; (4) a par da pertença aos atuais “EU trade deals with other countries”; (5) as quotas pesqueiras britânicas permanecem intactas sob condição da permanência flexível na Common Fisheries Policy; (6) Northern Ireland ficará em “parts of the single market and the customs union in the absence of other solutions to avoid a hard border with the Republic of Ireland”; (7) garante-se soberania pacífica em Gibraltar e outros domínios. Convenhamos que a tela faz jus à sageza do Prince of Lampedusa e às pintas nos sapatos de Mrs Theresa May. Meanwhile, os hard-liners do Ukip enfrentam a bancarrota após uma sentença judicial lhes apresentar uma fatura de £175,000, num processo envolvendo alegações feitas por uma sua MEP contra três Labour MPs durante a campanha eleitoral de 2015.

 

 

A praça pública mantém-se focalizada em Salisbury, porém, with a lot of talk about Cold War 2.0. A um tempo, é o súbito avultar de popularidade da Prime Minister com a sua pronta resposta ao caso dos Skirpals em contraponto com a nuvem descida sobre a cabeça do Leader of Her Majesty's Most Loyal Opposition ‒ dado o frouxo alinhamento com o No. 10 de RH Jeremy Corbyn, na House of Commons, em matéria de segurança nacional que o Foreign Secretary RH Boris Johnson diz saída dos livros da classical Russian strategy. A outro tempo, é a série das tit-for-tat diplomatic expulsions, com Moscow a afastar do país igual número de Brits aos que London retira da sua embaixada em Holland Park. A outro tempo ainda, é a internacionalização do incidente com a solidariedade ativa para com o UK dos aliados da OTAN e da EU mais a condenação do Putin’s regime no ONU Security Council e o envolvimento de Hague com a Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons. Confrontação West-East, pois, pura e dura, taking politically risky steps among uncertain benefits, nos interstícios da apoteose moscovita ao new old Tsar.

 

Uma boa notícia para fecho, na melhor das reais tradições. The Queen Elizabeth II acaba de aprovar uma esperada boda na House of Windsor. O ato oficial segue ancestrais pergaminhos. “Her Majesty in Council” lavra a Declaration “at the Court at Buckingham Palace,” a 14 March: "I declare My Consent to a Contract of Matrimony between My Most Dearly Beloved Grandson Prince Henry Charles Albert David of Wales and Rachel Meghan Markle, wich Consent I am causing to be signified under the Great Seal and to be entered in the Books of the Privy Council."  — Well. As our Master Will firmly observes in Henry VI: — “Marriage is a matter of more worth / Than to be dealt in by attorneyship."

 

St James, 19th March 2018

Very sincerely yours,

V.