CLAUDE ROYET-JOURNOUD
Claude Royet-Journoud nasceu em 1941 em Lyon. A legendária revista Siècles à main lhe devemos entre muitas dívidas como as de ser um tradutor excelente de George Oppen ou ter publicado Louis Zukofsky.
Claude tem livros traduzidos em grego, espanhol, dinamarquês, inglês e português. Em 1991 publica uma outra antologia em colaboração com Emmanuel Hocquard, referimo-nos a Un Bureau sur l’Atlantique. Em 1984 já tinha surgido pela Gallimard Les Objects contiennent l’infini por entre as suas inúmeras publicações. A Relógio d’Água apoiada pelos Serviços Culturais da Embaixada de França em Portugal e pela Direção do Livro do Ministério da Cultura francês, publica em 1993 o livro Sud-Express – Poesia Francesa de Hoje, sob a coordenação de Guilhermina Jorge, Jean-Pierre Léger e Etienne Rabaté. Deste livro retiramos uma sempre excelente tradução de Pedro Tamen a poema de Claude Royet-Journoud de Les Objects contiennent l’infini
a gaze coloca-se na boca
«destaca-se da fábula»
se fala no meio da imagem
O frio bloqueia as articulações
comércio
dos objetos da memória
mesmo junto do acontecimento
ela faz-lhes as vezes de alfabeto
Diria que desta poesia se evoca a concavidade de um abraço acolhedor do futuro de um homem que procura e sabe já o que quer. Não se sabe o que resultará daí, mas tudo anda perto de um universo em desordem quando outro regaço se não quer. A amante surge sempre como aquela que aprisiona o trovador cativo. Esta amante será sempre o pensamento dentro do turbante que se desenrola ao longo da escrita de Claude Royet-Journoud.
Teresa Bracinha Vieira