Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
1. É evidente que estou contente com o crescimento económico, com as notas positivas das agências de rating, com a diminuição do desemprego... Significa esse meu contentamento que participo da aparente euforia nacional sobre a situação do país? Não, infelizmente, não. E vou tentar explicar.
Com a dívida pública que temos, com o endividamento privado para o consumo, dentro do fascínio causado pela percepção de que a situação económico-financeira está como nunca, com a recessão que se anuncia para a economia mundial (a Alemanha estagna, estão aí a “guerra” comercial entre os Estados Unidos e a China, o Brexit, a instabilidade na Itália...), e dado que vivemos internamente mais de uma situação conjuntural favorável do que de investimentos sólidos para um desenvolvimento estrutural sustentável, receio que o país venha a confrontar-se com percalços inesperados.
Tenho a sensação de que a aparente euforia tenha na sua fonte um manto de mentira e ilusão que se foi abatendo sobre o país. Porventura acabou a austeridade? Veja-se o preço dos combustíveis, a carga de impostos e taxas e mais taxas, não sem sublinhar os impostos indirectos, que são os mais injustos porque cegos. E as famosas cativações? A saúde está bem? Quem é que o pode dizer e garantir com verdade? A educação está bem? Sinceramente, com louváveis excepções até de excelência, não creio: falo com professores, autênticos e dedicados profissionais, e dizem-me que não; pessoalmente, temo que, com alguns novos métodos já superados noutros países, o permanente experimentalismo e o imenso facilitismo reinante, entre outras coisas, estejamos a contribuir para o apagamento do pensamento crítico e o que o escritor Pérez-Reverte denunciou recentemente: “nunca o ser humano foi tão estúpido como agora”; em relação aos professores, veja-se a instabilidade em que vivem: há antigos alunos meus da Faculdade que andam há anos de escola em escola, percorrendo o país de norte a sul, dificilmente podendo constituir família ou ter filhos, e instala-se a desmotivação; no ensino superior, reconheço manchas de excelência também, mas não sei se está, no seu todo, a contribuir para que o nível de conhecimento real e crítico se mantenha, e é necessário apoiar harmonicamente tanto as ciências ditas exactas e as tecnologias como as ciências humanas, pois, sem ética e humanismo, para onde pode levar-nos o progresso tecnológico? E ainda: em vez de se acabar com as propinas para todos, atribua-se bolsas aos mais frágeis economicamente, mas capazes.
Ainda neste domínio da educação, seja-me permitido um reparo a um recente despacho ministerial. Conheço casos dramáticos de transexuais que passaram e passam por imenso sofrimento. Por isso, é preciso, na educação, preparar para o respeito de todos. No entanto, por causa da orientação sexual, não se pode cair na desorientação de todos. Com o bom senso dos professores, o conselho de médicos e atendendo aos direitos dos pais no que à educação dos filhos se refere, as escolas são capazes de encontrar soluções adequadas para casos concretos, sem a necessidade de despachos eivados de ideologia que só podem levar à confusão universal. Quem está interessado nessas e outras confusões?
2. Está aí a campanha para novas eleições. Impõe-se que os Partidos sejam claros em pontos essenciais nos programas e nos debates. Por exemplo:
2.1. Recentemente, a anterior procuradora-geral da República afirmou que o Estado está “capturado” por redes de corrupção e compadrio. Joana Marques Vidal lamentou concretamente: “Se nós pensarmos um pouco naquilo que são as redes de corrupção e de compadrio, nas áreas da contratação pública, que se espalham às vezes por vários organismos de vários ministérios, autarquias e serviços directos ou indirectos do Estado, infelizmente nós estamos sempre a verificar isso.” Muita gente tem denunciado esta situação como um cancro. Pergunta-se: que compromisso assumem os Partidos neste domínio gravíssimo?
2.2. Contra o contexto do manto de mentira que desceu sobre o país, os Partidos devem assumir claramente as promessas que fazem, com datas claras de cumprimento e com que verbas. Tudo claro. Deixem-se, por favor, de arruadas e argumentem com números, pois, se lhes explicarem, os portugueses perceberão e poderão assumir escolhas racionais. Não se pode é continuar com promessas e mais promessas, algumas repetidas ao longo de anos e nunca cumpridas. Por exemplo, o que se vai fazer pela ferrovia — meu Deus, como foi possível chegar à presente situação? Por favor, não façam promessas que sabem que não vão cumprir, porque não podem. Vão fazer o quê pelo interior? Os que falam disso sabem o que é o interior?
2.3. Ponto decisivo: esclareçam o que pretendem fazer em relação à justiça, não só em relação à justiça social — há muita miséria ainda no país, nada de ilusões —, mas à justiça-poder judicial, órgão de soberania, independente. A justiça continua lenta e, por isso, pouco eficaz, e, se se ler e ouvir a opinião pública: que foi atingida pelo véu de alguma desconfiança. Lembro o Presidente da República referindo-se, no passado 10 de Junho, às “falências na justiça”: Portugal não pode “minimizar cansaço, corrupções, falências na justiça.”
2.4. Neste contexto, a Banca. Uma catástrofe! Há anos que o Estado, isto é, os contribuintes, andam a pagar, a tapar buracos com milhares de milhões de euros, e não há consequências para as más administrações e os desvios?... Neste país, é necessário repor setenta cêntimos ao fisco — e eu acho bem —, mas desaparecem milhares de milhões de euros, e não acontece nada? E os responsáveis maiores chamados a juízo... tornaram-se entretanto amnésicos?! Os Partidos devem dizer o que se propõem fazer para acabar com esta falta de vergonha.
2.5. O que vão fazer para que haja transparência na política e com os políticos? Sinceramente, atendendo às suas responsabilidades, penso que os políticos são mal pagos e até pergunto: será essa uma das razões por que para as tarefas políticas a maior parte das vezes não vão os melhores e estamos cheios de incompetentes? Mas, por outro lado, verifico que imensa gente se bate por, como diz o povo, “ir para lá” — para onde? Para o poder. Há muita sedução pelo poder, pois ele é “o maior afrodisíaco” (Henry Kissinger dixit). Mas também deve haver muitos privilégios que moram para essas bandas. Que haja, portanto, transparência. É preciso acabar com o exemplo inacreditável de deputados que faltam descaradamente às sessões do Parlamento. E donde vêm tantas regalias e privilégios auto-concedidos? Já não há vergonha em Portugal? Leio que subvenções vitalícias para políticos custam milhões de euros (mais de seis milhões este ano), que extras quase duplicam o salário dos deputados (milhões só para cobrir as viagens para casa ou em trabalho político no seu círculo), para não falar no caso dos deputados insulares... E a maior parte dos deputados não morrerão de cansaço, a trabalhar no e para o Parlamento, como Macário Correia denunciou numa entrevista recente: “Metade dos deputados no Parlamento não fazem nada de concreto ou sequer útil, anda lá só a ocupar o tempo.” E ficam sempre aberturas para contactos presentes e sobretudo futuros, numa ligação in-transparente de política e negócios...
Aí está a razão por que já falei aqui uma vez de uma proposta, embora sabendo que é irrealizável: que os votos em branco formassem o “partido da cadeira vazia” no Parlamento. Sinceramente, não acredito que, tirando dignas e honrosas excepções, a maior parte dos candidatos andem por aí, na campanha, lutando por todos os meios para serem eleitos, porque querem realmente servir o bem comum. Lamentável, pois considero a política uma das actividades humanas mais nobres e, do ponto de vista cristão, uma das formas mais altas de amor, de amor social.
2.6. A actual Presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, entre muitos outros cargos políticos, foi também Ministra da Família. Há muito que admiro que na Alemanha haja um Ministério da Família. Dado o tsunami demográfico de Portugal, quero que os Partidos digam claramente o que se propõem fazer a favor da natalidade e da família.
2.7. Na campanha, os Partidos são obrigados a dizer claramente aos cidadãos quais são as suas posições sobre a eutanásia (e digam-no sem eufemismos, porque “morte medicamente assistida” todos querem, eu incluído), sobre se pensam em legalizar drogas com fins recreativos, se têm em mente alargar os prazos para o aborto legal, e qual é a sua posição sobre a gravidez de substituição (vulgarmente conhecida como “barrigas de aluguer”); a propósito: porque quiseram os deputados enfrentar o Tribunal Constitucional na recente lei, face à qual ao Presidente da República não restava outra alternativa que não fosse a fiscalização preventiva desse Tribunal? Não venham, por favor, mais tarde, já no Parlamento, com surpresas quanto a estas questões. Seria inqualificável em matérias tão delicadas.
2.8. Também estudei filosofia política e, portanto, tenho obrigação de saber que a política não é uma ciência exacta (se o fosse, entregava-se a simples tecnocratas), é uma ciência prática, dificílima, talvez sobretudo uma arte, a arte do possível, com muito de lúdico, de espectáculo, no bom sentido, que tem de jogar com interesses muitas vezes contraditórios, com a complexidade do humano e as suas paixões e, hoje, na complexidade de um mundo globalizado e cada vez mais interdependente, o que faz com que, também no quadro da democracia com prazos curtos de governação, a política fique atenazada: é necessário decidir rapidamente e para um tempo curto o que pode ter consequências dramáticas no tempo longo... Também por isso é essencial a racionalidade política em ordem ao bem comum, bem para lá dos interesses próprios e partidários. E a competência. Aqui, é necessário pensar sempre mais longe e determinar um consenso mínimo nacional, com duração suficiente para a sua avaliação, sobre a educação, a justiça, a saúde, a segurança social. Numa hierarquia de valores, que anda muitas vezes, desgraçadamente, transtornada. Para evitar o sobressalto permanente. E com que geoestratégia?
Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia Escreve de acordo com a antiga ortografia Artigo publicado no DN | 8 SET 2019
It is not done until is done. A Prime Minister RH Theresa May MP pede hoje poderes bastantes à House of Commons para convocar eleições gerais antecipadas. A libra esterlina dispara com a previsão de uma vasta
maioria Tory. — Chérie. Prudence est mère de sûreté. Que se pode dizer sobre o clima nas ilhas ? É a Brexit Britain e o guião segue a matriz dos plot twists. Depois de três vezes negar o cenário de legitimação para o mandato primoministerial, eis a Tory líder a mudar de opinião após uma cuidada reflexão pascal. — Hmm. Do not put new wine into old bottles. O suspense marca também o resto do mundo. O US President DJ Trump demonstra o seu entendimento do que é o America First: a península coreana treme com a visão de um conflito nuclear. As presidenciais francesas digladiam os últimos argumentos. Turkey vota pela concentração dos poderes do President Recep Erdogan e adensa a sombra otomana no eurocontinente. Os Princes William e Harry impulsionam o debate no reino em torno da saúde mental. O J025 aproxima-se da Earth com a etiqueta do maior asteroide a passar nas proximidades desde 2004.
Lovely Springtime at Central London even with fresh wind. Um telefonema do Number 10 para o Buckingham Palace inicia uma nova reviravolta, para alguns surpreendente, na impetuosa política doméstica. A Prime Minister informa HM Elizabeth II que convoca eleições gerais para 8 June a fim de obter a “Brexit unity.” A decisão assume forma dramática, com o anúncio de “a surprise PM statement” para as 11.15 am de Monday. A especulação circula durante horas na political bubble. Note-se que tais declarações oficiais são algo extraordinário, servindo usualmente para declarar guerra, dizer da queda governamental por resignação da PM ou marcar eleições. Singular é também o facto de todos os cenários serem por cá tidos como prováveis, dadas as vagas emocionais que tumultuam o Brexit serial. Quando Mrs May aclara as águas é já consensual a tese de… a Blue murder. Os Tories avançam para uma maioria histórica face a enfraquecidas (apesar de ruidosas) oposições.
Esta tarde decorre mais uma acalorada votação nos Commons quando Mrs May requer luz verde para a #GE2017. Necessita de 2/3 da câmara para revogar o Fixed-term Parliaments Act 2011, que datava o sufrágio em 2020. As reações ao gesto do 10 ainda ribombam no Palace of Westminster. Pouco fica da imensa espuma dos comentários plurais, quando muitos MPs encaram a séria possibilidade de perder o emprego às mãos do eleitorado flutuante. Tracemos a bissetriz possível. Se a generalidade das sondagens indica as vésperas de a blood Labour bath, com o partido de RH Jeremy Corbyn a 21 pontos percentuais de distância face aos Conservatives, a snap election é por cá encarada de forma genericamente dual: para uns é a almejada oportunidade para reverter o resultado do euroreferendo de 2016; para outros é o momento decisivo para unir forças atrás de HM Government nas complexas negociações da saída do UK da European Union. O tom do debate está dado: no "are you kidding?" da entrevistada acidental em plena rua, na autoexclusão do ex Tory Chancellor George Osborne das listas de candidatos e em manchete do Daily Mail ― “Crush the saboteurs.” Com paragem nas eleições locais de 4 May, a par das consequências judiciais do overspending partidário na última campanha, faltam 50 dias para o sufrágio geral.
Aos amantes de jardins, arquitetura e história, uma recomendação final de leitura e de convite à visita. Nos dois últimos números da sempre belíssima Country Life, uma revista muito cá de casa, Mr Geoffrey Tyack narra a evolução secular da University of Oxford. Sob o título “A seat of learning” e com fotografias de Mr Will Pryce, a dupla de artigos recua ao nascimento da universidade no 12th Century como comunidades de “scholars and aspiring scholars” para traçar a direção e a inspiração das artes ao longo de um passeio por edifícios e bibliotecas. Das lecture rooms e alojamentos clericais das Oseney Abbey Schools no medievo, aliás, as que fascinam o Infante Dom Pedro, conforme o Duque de Coimbra testemunha na sua “Carta de Bruges,” à majestosa Arts End, a primeira biblioteca britânica com wall shelving, criada em 1610-12, a peregrinação centra-se nas góticas Schools Quadrangle e na Bodleian para dar conta do papel público da Convocation House. Este é um espaço menos conhecido pelos pergaminhos políticos, mas é o cenário consensualizado para estruturar o debate nacional em dividido reino, ao servir de parlamento, em várias ocasiões, no turbulento 17th century. — Well. Let us amuse our minds with Master Will and that contemplative Jaques in As you like it: — “Out of these convertites / There is much matter to be heard and learnt."
Et voilá! Brexit begins with the Springtime. A coreografia diplomática é singela. RH Theresa May aciona o Article 50 do Treaty of Lisbon e inicia a contagem
decrescente para a saída programada do United Kingdom da European Union, a 29 March 2019, com ou sem acordo sobre os laços comerciais. Começa também um outro futuro para o projeto europeu e o papel da EU no mundo. O momento é de refundação para o clube dos estados continentais, mas decisões só as haverá depois das eleições outonais em Germany. Para o UK, faltam 717 dias de navegação até oceano aberto. — Chérie. Goûts et couleurs ne se discutent pas. A Prime Minister visita o Arabian Gulf para conversações de trade & defense. Na mala leva um cheque de £1,2b para apoio local aos refugiados sírios. — Hmm. Do not be wise in words, be wise in deeds. O terror jihadista ataca de St Petersburg a Stockholm. O US President DJ Trump lança ataque punitivo na Syria, recebe o líder egípcio Abdel-Fattah el-Sissi e dá uma entrevista ao FT de leitura forçosa para aferir da agenda geopolítica da superpotência. A corrida ao Élysée soma sinais do êxito no desenho do sistema eleitoral: produzir um decisor centrista. O Prince Charles of Wales prepara an European charm tour. Nas ilhas, Northern Ireland persiste no limbo governamental e Scotland vota pelo IndyRef2. O Labour Party continua em queda livre, com perdas estimadas de 125 lugares nas eleições locais de May a favor dos Liberal Democrats e dos Conservatives.
Lovely weather at Central London. Duas damas agitam a domesticidade de Westminster Village, que hoje diz adeus ao herói da Metropolitan Police caído nos Palace Gates. Um cordão de polícias saúda PC Keith Palmer, uma das cinco vítimas do atentado terrorista, em público cortejo fúnebre ao longo de quase três milhas. A envolvente do Big Ben é agora de mais apertada segurança, quando a Scotland Yard tem a first female chief nos 188 anos da instituição: Met Commissioner Cressida Dick. No ar anda algo de feminil, não obstante o ‘empate’ na 2017 Oxbridge Boat Race: os remadores de Oxford University vencem a corrida, mas, no drama da deteção-remoção de uma WWII bomb nas águas da partida em Putney, são as azuis-claro de Cambridge a ganhar a palma do Thames River. Mais há, todavia. Após a histórica assinatura pela Prime Minister May da carta entregue ao European Council President Donald Tusk em Brussels, pelo Ambassor Tim Barrow, seis páginas timbradas a anunciar a retirada do UK da EU, eis nova rosa nos anais da coroa e na mística geografia local. O verde das Houses of Parliament vai acolher uma estátua da líder das Suffragists, Dame Millicent Garrett Fawcett (1847-1929).
Abrigada de ocasionais chuviscos por peripécias de saúde, a lava das notícias é ainda avassaladora e quase ofusca este acontecimento maior.
Se o rufar das eleições para os councils segue em fundo, com visíveis desafios para o Labour e o Ukip enquanto a Brexit abunda em red lines e ameaça turbulência nos céus de Gibraltar, é a canonização política da senhora quem cativa o olhar – tanto pela decisão quanto pelo espaço. Dame Fawcett é a pacífica presidente da National Union of Women’s Suffrage Societies, fundada em 1897 a fim de aliar as reivindicações do sufrágio feminino que há 30 anos ecoavam pela sociedade vitoriana. O movimento distingue-se das Suffragettes pelo método diplomático, sempre a sua líder valorizando a persuasão em contraponto ao protesto advogado, desde 1903, pelo grupo radical de Mrs Emmeline Pankhurst. Na preparação do centenário do voto das mulheres no UK decide HM Government homenagear a sufragista nascida em Suffolk, que fez do No. 2 de Gower Street domicílio das insistentes petições aos azoratados MPs que, em 1918, finalmente acedem à paridade. A first woman to be honoured with a statue in Parliament Square alinhará com o moderno bronze de Lady Margaret Thatcher no Members' Lobby do Palace of Westminster e erguer-se-á no jardim exterior entre os pedestais de Winston Churchill, David Lloyd George, Viscount Palmerston, Earl of Derby, Benjamin Disraeli, Robert Peel, George Canning ou Abraham Lincoln, Nelson Mandela e Mahatma Gandhi.
Por terras que rezam a Allah intervém já a PM, vigorosamente, em polémica da Christian Easter. Na anual caça aos ovos do National Trust ao longo do reino desaparecem as referências pascais na promoção do evento, para espanto até do good Archbishop of York Dr John Sentamu. O avanço secularista logo é etiquetado por Mrs May de… “ridiculous.” No cenário de uma próxima disputa com Spain por causa de Gibraltar, incluído por Madrid e Brussels nas euronegociações, a reação de uma senhora com cabelos prateados ao vento em solo jordano e saudita é ainda mais explícita: uma sonora gargalhada. Não é para menos, ou diferente. Muitas vezes ao longo do debate europeu lutei com a ideia de incredulidade, face aos espantalhos da crise financeira e do conflito armado, mas há ainda lugar para surpresas. Na espuma final do EUref2 dos últimos 9 meses, pasmo com declarações de Lord Heiseltine a atribuir à Other Union a revolução contra o fascismo em Portugal ou quando agora Lord Fallon declara que o UK defenderá The Rock tal como valeu às Falklands. Os excessos sempre comovem. Afinal, the words that we use form our worldview.
Quando as chancelarias engendram fórmulas de pressão sobre Moscow devido a Damascus e Beijing por causa da North Korea, nota comemorativa para os 35 anos do fantástico Blade Runner. A masterpiece de Mr Ridley Scott apura no tempo quanto Do Androids Dream of Electric Sheep? de Mr Philip K Dick prova nas areias da distância. Uma e outra obra possuem génese reveladora. O cineasta desenvolve as aventuras protagonizadas por Mr Harrison Ford quando filma Dune e o universo ficcional de Mr Frank Herbert. O escritor concebe a ideia do humano sintético ao ler num jornal Nazi ensonadas queixas de um oficial SS pelos gritos num campo de concentração. — Well. Keep in mind those strident thoughts that Master Will puts among the silent humanity in Hamlet: — “There is nothing either good or bad, but thinking makes it so."